A
|
Campanha Nacional do Desarmamento Voluntário
2012 vem atraindo voluntários em todas as cidades do estado do Rio. A Polícia
Civil é responsável por 53% dos postos de entrega de armas no país, com 1.017
delegacias aptas para recolhimento de armamento de civis. No Brasil existem
1.931 postos de recolhimento.
Na
Região Sul Fluminense, Volta Redonda, Paraíba do Sul, Barra do Piraí, Itatiaia,
Mendes, Miguel Pereira, Paraty, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Resende, Rio
Claro, Rio das Flores, Três Rios, Valença, Vassouras e Angra dos Reis são as
cidades que contam com postos de coleta. As armas podem ser entregues nas
delegacias da Polícia Civil e da Polícia Federal (PF), porém, nem todos esses
municípios contam com uma unidade da PF.
A
população aprova a iniciativa e garante a importância de se livrar de uma arma.
É o caso do aposentado Sebastião Alves de Oliveira, 67 anos. Segundo ele, uma
arma na mão de quem não sabe usar é um grande perigo. Ele explica que para a
pessoa se defender não é necessário uma arma. “A arma na mão é um perigo. Arma
não protege ninguém”, garante o aposentado, lembrando que já contribuiu com a
campanha fazendo com que um amigo de Barra Mansa entregasse a arma no posto de
Volta Redonda.
CERCA DE 200 ARMAS EM
TRÊS DIAS
No
Estado do Rio, em apenas três dias a Polícia Civil recebeu cerca de 200 armas
nos postos de entrega montados nas 136 delegacias de bairro. Segundo o subchefe
operacional da Polícia Civil, Fernando Veloso, há dois anos os policiais civis
já ofereciam apoio ao posto de recolhimento da ONG Viva Rio.
Veloso
disse ainda que a corporação capacitou cerca de 700 policiais para atuarem na
campanha. De acordo com ele, o objetivo é dar capilaridade a esse recebimento.
Ele lembra que quem tiver dificuldade em se deslocar com a arma de fogo até a
delegacia pode, de sua cidade ou bairro, entrar em contato com o delegado, que
encontrará uma maneira de empenhar policiais para buscarem a arma e a pessoa.
Ele garante que depois de entregue pelo proprietário a arma é destruída.
É
necessário descarregar e embalar a arma e as munições, que devem ser levadas
para o posto de coleta separadamente. As autoridades garantem que o anonimato é
garantido, por isso esperam que isso seja uma motivação a mais, além da própria
recompensa pela entrega. Para cada arma entregue são pagos R$ 100, R$ 200 ou R$
300, dependendo do tipo de armamento. A partir da entrega o policial faz um
recibo e o voluntário poderá ir a qualquer agência do Banco do Brasil (BB) e
receber o valor após 24 horas.
De
acordo com o Ministério da Justiça, de maio do ano passado até o início da
semana passada, mais de 40 mil armas foram entregues em todo o Brasil, bem como
R$ 3,8 milhões pagos em indenizações também nesse período. São Paulo é o estado
com o maior número de armas entregues, 11,3 mil, seguido do Rio Grande do Sul,
com cinco mil, e Rio de Janeiro, com 4,2 mil.
No
total, 175 mil unidades de munição foram recolhidas até o momento. Para este
ano, a campanha pretende aumentar o número de postos de entrega e de parcerias
com prefeituras, e o orçamento previsto para as indenizações chega a R$ 9
milhões.