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infecção crônica pelo vírus da Hepatite C
(VHC) é um importante problema de saúde pública, com prevalência mundial
estimada em 2,2%, ou cerca de 170 milhões de infectados, segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS). Para ter uma idéia de magnitude, a doença é responsável
por 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirrose hepática em fase
terminal e 60% dos casos de câncer de fígado.
Os
estudos nacionais que avaliaram a exposição da população ao VHC demonstraram
que 1,38% dos brasileiros já tiveram contato prévio com esse vírus. A
transmissão ocorre por exposição de qualquer natureza a sangue contaminado, ou
de mãe para o filho, durante a gestação e o parto.
É
importante ressaltar que os exames para diagnóstico da infecção estão
disponíveis há menos de 20 anos, logo, todos os indivíduos que receberam
transfusão sanguínea, fizeram hemodiálise ou outros procedimentos hospitalares
invasivos antes de 1993 estão sob risco de apresentar a doença.
Procedimentos
odontológicos e tatuagens sem o devido cuidado de esterilização de
instrumental, e o compartilhamento de agulhas e seringas, materiais de manicure
e outros objetos cortantes são também fatores de risco, independentemente da
época da exposição.
Nesse
contexto, e por ocasião do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais,
celebrado em 28 de julho desde 2009, o Ministério da Saúde brasileiro tornou
pública uma ótima notícia: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
licenciou, no último dia 25 de julho, um novo medicamento para o tratamento de
hepatite C crônica – o boceprevir.
Trata-se
de uma droga capaz de impedir que o vírus se multiplique no organismo da pessoa
infectada. A droga foi desenvolvida para ser usada em associação com a atual
terapia padrão – baseada em interferon peguilado (Peg-IFN) e ribavirina – para
o tratamento de indivíduos infectados pelo subtipo 1 do vírus.
Os
resultados dos estudos que validaram o boceprevir demonstraram que a terapia
contendo esse medicamento é mais eficaz para a erradicação da infecção, tanto
no tratamento inicial quanto em pessoas que já tiveram falha previamente à
terapia padrão. Além disso, a adição desse medicamento ao esquema permite períodos
mais curtos de tratamento: atualmente, a terapia padrão é feita por 48 semanas;
dependendo da velocidade com que cada paciente responder à medicação esse tempo
pode ser reduzido para 24 semanas nos que estão sendo tratados pela primeira
vez, ou 36 semanas naqueles que têm história de falha prévia.
A
proporção de pacientes que passaram a apresentar carga viral negativa para
hepatite C com o uso de boceprevir foi praticamente o dobro dos insatisfatórios
40% que conseguem esse sucesso com Peg-IFN e ribavirina.
Estima-se
que, no Brasil, 1,5 milhão de pessoas sejam portadoras crônicas do VHC.
Entretanto, apenas 12 mil estão em seguimento ou tratamento. Esse dado chama
atenção para o grande contingente de portadores que não têm acesso ao
diagnóstico. Diante da maior probabilidade de sucesso do tratamento com a nova
droga disponível, é preciso um esforço concentrado dos médicos e das pessoas
que já se expuseram a risco para detectar as infecções ainda não
diagnosticadas.
A
Unilab oferece testes indispensáveis para o diagnóstico de hepatite C, que
permitem a confirmação da infecção crônica, a identificação do genótipo viral e
monitoramento da resposta ao tratamento.