Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
- MG
A
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sociedade é constituída em família, tendo como
célula mãe, o Lar doméstico. Na base estão o homem e a mulher, sendo um,
extensão do outro, vivendo numa real complementariedade. Já não são dois, mas
uma só carne. A solidez de tudo isto acontece no amor, que exige sacrifício,
diálogo, respeito mútuo, igualdade e paz.
Dentro
do clima eleitoral, podemos dizer que o Município é uma grande família, onde os
interesses precisam ser comuns, de tal forma que a administração pública
favoreça o bem de todas as pessoas. Os objetivos não podem ser outros que não
sejam para favorecer os munícipes na dimensão de uma verdadeira família.
Cada
pessoa humana, criada com liberdade e dignidade, deve ser colaboradora de Deus
no cultivo do bem e no cuidado com os bens da natureza. Isto passa por momentos
de definição. Um deles acontece na hora do voto. Confirmar, na urna eletrônica,
um voto irresponsável, é contribuir para uma má administração.
A
dimensão familiar não se restringe ao relacionamento entro um homem e uma
mulher, mas também às demais criaturas e com toda a natureza. É um compromisso
de cuidado com os seres humanos, com a terra, a água, as árvores, os animais e
todas as demais criaturas. O critério não pode ser de interesses egoístas.
O
Município, sendo uma grande família, deve promover projetos de inclusão social.
Assim todos poderão usufruir das condições materiais e afetivas para uma vida
feliz. Exige dos eleitores precisão na escolha de prefeito e vereadores
comprometidos, competentes e de vida ilibada para trabalhar em benefício do
povo.
Podemos
até dizer que agora “é a hora da verdade”. Ou assumimos uma postura crítica e
afinada com uma verdadeira política, aquela do bem comum e da coerência, ou
teremos que “gemer”, tendo que conviver com maus administradores e legisladores
por mais quatro anos. E nem podemos reclamar depois, porque aí já será tarde
demais. É por isto que dizemos que “voto não tem preço, mas tem consequência”
e, às vezes, muito amargas.