sexta-feira, 24 de agosto de 2012

MONTADORAS PREPARAM PROMOÇÕES DE VEÍCULOS COM IPI REDUZIDO



A
s montadoras de automóveis preparam promoções para sábado e domingo (dias 25 e 26). Em tese, é o último fim de semana em que elas ainda terão redução no IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados. O corte, feito pelo governo em maio, está previsto para acabar em 31 de agosto.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo “ainda” não avaliou se vai estender a redução do IPI por mais alguns meses. O vice-presidente da associação de montadoras, Anfavea, Luiz Moan, disse que não conta com a prorrogação do benefício.

Em outras ocasiões, o governo já prorrogou prazos de isenções. A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) vem se manifestando a favor da prorrogação. Os dados da Fenabrave mostram que, em julho, houve um aumento de 3,15% nas vendas de veículos no país, na comparação com junho.

O IPI dos carros nacionais 1.0 caiu de 7% para zero. Carros nacionais (ou com um certo percentual de peças brasileiras) até 2.0 tiveram redução de IPI de 11% para 5,5% (flex) e de 13% para 6,5% (a gasolina).

A ideia foi estimular as vendas e a economia, para enfrentar a crise global. Em contrapartida, as fábricas de carros se comprometeram a não demitir funcionários.

Também foi anunciada em maio a redução de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no crédito para pessoa física, de 2,5% para 1,5%, reduzindo as prestações para comprar um carro novo.

OTIMISMO
Para alguns economistas, o consumidor não precisa correr às concessionárias, acham que os preços não devem mudar, até por causa da concorrência entre as montadoras.

É provável que as montadoras realizem campanhas para atrair clientes sob o argumento de que eles terão a “última chance” de comprar carros a preço mais baixo.

FINANCIAMENTO
Para o economista Ayrton Fontes, apesar das vantagens alardeadas pelas montadoras, apenas os consumidores de alta renda foram realmente beneficiados pela redução de IPI.

“A classe média emergente, que vinha mantendo o mercado aquecido, não está comprando carro. As exigências estão muito altas, e só quem tem condições de dar uma boa entrada consegue comprar”, afirma.

Segundo Fontes, as concessionárias de fato estão oferecendo financiamento com juros próximos a zero, mas só para quem tem pelo menos 40% do valor do carro para dar de entrada.

Entre as exigências, está ainda, muitas vezes, estabilidade no emprego e propriedade de imóvel. Os parcelamentos, que antes costumavam chegar a 60 meses, raramente passam de 24 agora.