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montadoras de automóveis preparam promoções para sábado e domingo (dias 25 e 26).
Em tese, é o último fim de semana em que elas ainda terão redução no IPI
- Imposto sobre Produtos Industrializados. O corte, feito pelo governo em maio,
está previsto para acabar em 31 de agosto.
Na
semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo
“ainda” não avaliou se vai estender a redução do IPI por mais alguns meses. O
vice-presidente da associação de montadoras, Anfavea, Luiz Moan, disse que não
conta com a prorrogação do benefício.
Em
outras ocasiões, o governo já prorrogou prazos de isenções. A Fenabrave
(Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) vem se
manifestando a favor da prorrogação. Os dados da Fenabrave mostram que, em
julho, houve um aumento de 3,15% nas vendas de veículos no país, na comparação
com junho.
O
IPI dos carros nacionais 1.0 caiu de 7% para zero. Carros nacionais (ou com um
certo percentual de peças brasileiras) até 2.0 tiveram redução de IPI de 11%
para 5,5% (flex) e de 13% para 6,5% (a gasolina).
A
ideia foi estimular as vendas e a economia, para enfrentar a crise global. Em
contrapartida, as fábricas de carros se comprometeram a não demitir
funcionários.
Também
foi anunciada em maio a redução de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no
crédito para pessoa física, de 2,5% para 1,5%, reduzindo as prestações para
comprar um carro novo.
OTIMISMO
Para
alguns economistas, o consumidor não precisa correr às concessionárias, acham
que os preços não devem mudar, até por causa da concorrência entre as
montadoras.
É
provável que as montadoras realizem campanhas para atrair clientes sob o
argumento de que eles terão a “última chance” de comprar carros a preço mais
baixo.
FINANCIAMENTO
Para
o economista Ayrton Fontes, apesar das vantagens alardeadas pelas montadoras,
apenas os consumidores de alta renda foram realmente beneficiados pela redução
de IPI.
“A classe média emergente, que vinha mantendo o mercado
aquecido, não está comprando carro. As exigências estão muito altas, e só quem
tem condições de dar uma boa entrada consegue comprar”, afirma.
Segundo
Fontes, as concessionárias de fato estão oferecendo financiamento com juros
próximos a zero, mas só para quem tem pelo menos 40% do valor do carro para dar
de entrada.
Entre
as exigências, está ainda, muitas vezes, estabilidade no emprego e propriedade
de imóvel. Os parcelamentos, que antes costumavam chegar a 60 meses, raramente
passam de 24 agora.