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esquisa
do Datafolha e do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública
(Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais, realizadas de 2009 a 2010, com
75 mil pessoas de todo o país, e divulgada com exclusividade pela Revista Veja,
mostrou que os índices de violência registrados nos últimos anos mudaram o
comportamento social dos brasileiros.
Embora
Aracaju esteja situada no Nordeste, região onde segundo a pesquisa os índices
de homicídios e crimes contra o patrimônio se multiplicaram, os aracajuanos
mudaram pouco seus hábitos quando comparados com outras capitais do país.
Os
pesquisadores perguntaram aos aracajuanos se eles “deixam de ir a alguns locais da cidade por causa da criminalidade”.
53,1% disseram que sim, mas no ranking das capitais, Aracaju aparece em 23%
entre as capitais onde seus moradores tem menos medo. Em outras palavras,
quando comparados com outras capitais do país, inclusive com outras de
população e geografia parecidas, Aracaju tem menos locais de risco do que
outras na visão de seus moradores. Nesse quesito, quem lidera a lista é Belém onde
74,9% dos entrevistados que responderam dizem que evitam sair a determinados
lugares da capital paraense. Palmas (TO) vêm como a capital onde seus moradores
tem menos medo (46,1%).
Outra
boa notícia da pesquisa é que renomados especialistas ouvidos pela revista Veja
afirmam que nos próximos anos a curva da violência e da criminalidade tende a
cair a níveis semelhantes aos registrados nos países desenvolvidos. Hoje,
segundo os analistas, Rio de Janeiro e São Paulo já apresentam índices
estatísticos do Brasil do futuro, mas em contraposição a estes números, o mesmo
relatório afirma que o Norte e Nordeste do Brasil têm índices próximos aos
registrados na África do Sul e na Colômbia.
Os
analistas se baseiam em alguns fatores para chegar a esta conclusão: aumento da
renda dos brasileiros e a consequente redução dos bolsões de pobreza,
aprimoramento dos mecanismos de segurança pública e uma mudança na pirâmide
etária do Brasil tendendo para o envelhecimento da população e a redução da
população jovem, faixa etária onde se concentra o maior índice de homicídios no
Brasil. Neste quesito, “O Mapa da
Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil” mostra que Aracaju
registrou em 2010 o mesmo número de mortes entre jovens apresentados no ano
2000 (34). Se levar em consideração que a população cresceu 24% no período, os
índices são bastante relevantes para a segurança pública da capital.
Talvez
o dado acima possa ter influenciado na resposta dos entrevistados sobre se eles
“deixam de ir a certos bancos e caixas
eletrônicos por causa da criminalidade”. Entre as 27 capitais, Aracaju
aparece em 21º no ranking, ou seja, a capital sergipana é a 6ª cidade do país
onde os moradores tem menos medo de ir a bancos e caixas eletrônicos. Nesse
quesito, 70,5% dos moradores entrevistados de Belém (PA) dizem ter medos de ir
a bancos. Os moradores de Palmas (TO) são os que menos têm medo. Eles aparecem
em 27º com 29,4% dos entrevistados.
De
acordo com o secretário-adjunto da Segurança Pública, João Batista Santos
Júnior, no tocante a assaltos a banco, Sergipe tem se destacado nacionalmente
no combate a este tipo de crime. “Pela pesquisa vimos que os aracajuanos não
têm medo de ir a caixas eletrônicos e bancos. Eles se sentem seguros e isso é
reflexo direto do esforço da polícia sergipana para prevenir e combater este
tipo de delito. O resultado é que Aracaju está entre as capitais mais
tranquilas. Isso nos traz muito mais responsabilidade porque temos a missão de
deixar a capital ainda mais tranquila”, destacou o secretário.
Batista
reconheceu que alguns eventos criminosos vêm ocorrendo, mas assegurou que a
polícia está agindo e elucidando esses crimes. “Prova disso é que a população
não mudou seus hábitos sociais, sendo que entre as capitais nordestinas os
aracajuanos são os que têm menos de sair à noite”, disse.
Os
institutos de pesquisa queriam saber também qual a “proporção de entrevistados que possuem residência com alarme”.
Aracaju é a antepenúltima (25º) capital do Brasil com 3,3% onde os
entrevistados têm sistema de segurança eletrônico em casa. Curitiba (PR) com
16,8% dos entrevistados lidera a tabela com a primeira cidade do Brasil onde as
casas tem sistema de alarme. Manaus em 27º lugar é a última.
Quando
a pergunta versa sobre “proporção de
entrevistados que possuem residência com vigia armado”, Aracaju ocupa a 16ª
colocação entre as capitais com 3,4% dos entrevistados respondendo
positivamente para este quesito. Maceió com 10,8% é a primeira colocada no
ranking e Manaus com 2,1% é a última. Finalmente, quando a pergunta é “evitam sair à noite ou chegar muito tarde
em casa” os entrevistados apresentaram certa sensação de insegurança em
todo o país. Manaus aparece em 1º lugar, Aracaju é a 17ª colocada e a última
colocada no ranking é Florianópolis em 27º. Os pesquisadores ouvidos pela
revista Veja foi Cláudio Beato, coordenador do Crisp, Túlio Kahn, doutor em
Ciência Política pela USP, e Julio Jacobo, organizador dos Mapas da Violência.
O
secretário de Segurança Pública, João Eloy de Menezes, explicou que recebeu os
dados com muita satisfação. “Aracaju tem crescido muito nos últimos
anos, mas a pesquisa confirma aquilo que já prevíamos, que Aracaju não é uma
cidade violenta; ao contrário, muito de seus moradores ainda mantém hábitos
antigos de uma cidade interiorana. Aracaju saiu de uma cidade provinciana para
ter hoje áreas de metrópole. É uma cidade moderna, de comércio e indústria
fortes. Infelizmente, como todo crescimento, às vezes apresenta problemas nos
serviços públicos notadamente na segurança pública”, destacou.
Eloy
salienta que o crescimento do poderio econômico da população aguça os
criminosos que passa a ter mais opções para cometer os seus delitos. “Mas
pelo o que a pesquisa indica, Aracaju ainda apresenta ares de tranquilidade,
especialmente na região Nordeste. Isso mostra que a polícia sergipana está de
parabéns e isso mostra também que nossa responsabilidade aumenta ainda mais”.