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Governo brasileiro lançou nesta quarta-feira
(27), um pacote de estímulos à indústria nacional no valor de R$ 8,4 bilhões, a
serem injetados a partir do segundo semestre, e anunciou também um corte nos
juros de longo prazo para baratear investimentos.
Nomeado
de PAC EQUIPAMENTOS, em referência ao Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), o plano prevê investimentos desde a área de defesa, passando pela saúde,
até a compra de ônibus e carteiras escolares. Do total de R$ 8,4 bilhões, mais
de R$ 6 bilhões não estavam previstos no orçamento deste ano, afirmou a
presidente Dilma Rousseff.
No
mesmo anúncio, o governo também reduziu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP),
que serve de referência para a correção dos empréstimos feitos pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES ao setor produtivo. A
queda de 6% para 5,5% valerá também para empréstimos já contratados. Mesmo não
interferindo diretamente nos empréstimos feitos às pessoas físicas, a redução
da taxa pretende estimular os investimentos, já que incentiva a tomada de
crédito pelas empresas.
As
medidas foram divulgadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que citou o
plano como "mola mestre" para enfrentar as turbulências
econômicas no exterior.
"A crise europeia continua piorando e está
deprimindo o crescimento da economia mundial. O crescimento do PIB [Produto
Interno Bruto] mundial será de 3%, em 2012. Em função deste cenário, temos que
continuar com medidas de estímulo. Esta não foi a primeira, nem será a
última",
afirmou.
Em
seguida, Dilma afirmou que a crise atual "deve ser mais crônica e mais
longa" do que a detonada em 2008, com a falência do banco Lehman
Brothers, e exige mais medidas.
"Estamos esperando que uma solução mais sistêmica
surja",
disse ela, prometendo que, apesar dos incentivos à indústria, o Brasil não se
permitirá aventuras fiscais. "Não podemos fingir que nada está
acontecendo", declarou. Segundo Dilma, o Brasil está "otimista,
apesar de sóbrio".
A
crise internacional já gerou ações do governo, em meio a previsões de que o PIB
(Produto Interno Bruto) crescerá cerca de 2% neste ano, abaixo até do
desempenho do ano passado, quando as riquezas produzidas pelo país só avançaram
2,7%.
PREFERÊNCIA A
PRODUTOS NACIONAIS
O
peso das compras do governo é grande para várias indústrias. A decisão do
Palácio do Planalto de comprar 8.000 caminhões, por exemplo, representam 8,4%
do setor nos últimos seis meses do ano.
O
pacote do governo inclui a compra de ônibus para transporte escolar, caminhões
e veículos para as Forças Armadas, ambulâncias para o Samu (Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência), caminhões e perfuratrizes para poços artesianos
que ajudam no combate à seca, retroescavadeiras para manutenção de estradas
vicinais, e móveis para escolas públicas.
As
compras do governo darão preferência à indústria nacional na área de
equipamentos e materiais hospitalares, ainda que os produtos sejam mais caros
que os importados. A regra entrará em vigor já no segundo semestre deste ano.
Isso vale para equipamentos como tomógrafos e aparelhos de hemodiálise, e
representa um potencial de compra de R$ 2 bilhões, segundo Mantega.
A
ideia é "aceitar" produtos nacionais mais caros dentro de um
percentual estipulado em 20% para produtos de alta complexidade, 15% para média
complexidade e 8% para baixa complexidade.
QUEDA DOS JUROS E
CÂMBIO
O
ministro Mantega comemorou ainda durante a cerimônia a desvalorização do real
frente ao dólar.
"Os custos em dólar estão caindo. A produção
brasileira se torna mais barata e mais competitiva. Estamos exportando mais e
importando menos. A queda dos juros e o câmbio desvalorizado vão
continuar",
disse.
Com informações
da Reuters