A
|
produção de coco em Alagoas será revitalizada,
por meio de uma parceria entre Governo do Estado e a Embrapa Tabuleiros
Costeiros para transferência de tecnologia. A medida foi anunciada pelo
secretário da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, José Marinho Júnior,
durante um encontro promovido pela Associação dos Produtores de Coco (Prococo),
na Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Faeal).
Durante o anuncio, os produtores ressaltaram
que a atividade passa por dificuldades para se manter devido a diversos
fatores, entre eles: baixo preço do coco, proliferação de pragas e doenças, fim
da salvaguarda, importação de coco ralado, material genético dos coqueirais
envelhecido e falta de assistência técnica.
“Há uma determinação do governador Teotonio
Vilela para apoio aos produtores, por isso estamos em busca de parcerias e
vamos firmar um termo de cooperação com a Embrapa. Esse documento será
referendado em novembro e define estratégias para recuperar e revitalizar a
produção”,
frisou o secretário José Marinho Júnior.
“Em Piaçabuçu, o coco já é cultivado por meio
de consócio com outras culturas, e a principal delas é a pecuária de leite, que
recebe apoio da Seagri com o Programa Alagoas Mais Leite. Assim, com diversificação,
os agricultores conseguem melhorar de renda”, exemplificou
Marinho. Em Feliz Deserto, segundo o secretário municipal de Agricultura,
Emanuel Lessa, o combate a pragas é feito por meio da captura dos insetos e de
outros experimentos.
De acordo com o presidente da Prococo, Eurico
Uchôa, cerca de 3.300 produtores de coco possuem menos de 10 hectares
cultivados. “A produção de coco faz naturalmente uma reforma agrária familiar, mas
a atividade está se tornando inviável para muitos deles. Temos que combater,
ainda, o furto de coco, que em alguns municípios é usado para aquisição de
drogas”, destacou o presidente.
Na ocasião, os produtores reclamaram do
aumento dos impostos nas propriedades que ficam à beira-mar, dos custos de
produção e da entrada de produtos importados derivados do coco, o que gera
competição para a indústria e os produtores nacionais. “Esses produtos entram no Brasil
porque foram produzidos a baixo custo, sem grandes compromissos com a mão de
obra”, citou Uchôa.
Ao final do encontro, os produtores de coco
acompanharam a demonstração de uma máquina da empresa Laboremus, que serve para
processar a biomassa, formada pela casca do fruto e pela palha da planta. “Essa
biomassa é composta por nutrientes e serve para produção de adubo, assim, ela
volta para os coqueirais, para fazer a adubação, diminuindo os custos de
produção do agricultor. Também serve para ração animal”, comentou
Eurico Uchôa.
Participaram do encontro a chefe de
Transferência de Tecnologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Tereza Cristina de
Oliveira, o representante do Sindcoco de Pernambuco, Francisco Porto, o
consultor e engenheiro agrônomo Múcio Wanderley, o representante do Sebrae
Alagoas, Manoel Ramalho, o representante da Confederação das Associações
Comerciais, Sérgio Papini. A Sococo e a Cooperativa Pindorama apoiaram a
realização do evento, juntamente com Faeal, Seagri e Embrapa.
Com informações da Ascom Seagri