quinta-feira, 2 de agosto de 2012

MERCADO PREVÊ BAIXO CRESCIMENTO DO PIB E AUMENTO DA INFLAÇÃO


E
m meio a um compasso de espera por mais indicadores domésticos e diante de uma melhora do cenário internacional, o mercado manteve suas perspectivas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a Selic neste ano. Entretanto, voltou a elevar a projeção para a inflação, segundo pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira.

Apesar da persistente dificuldade da economia brasileira em deslanchar, mas sem indicadores de peso na última semana, os analistas consultados na pesquisa do BC mantiveram a projeção de expansão do PIB de 1,9% em 2012.

Para 2013, a projeção, entretanto, foi reduzida para 4,05%, ante 4,10% anteriormente.

Ainda assim, uma série de indicadores mostrando aceleração dos preços recentemente levou os analistas a elevarem pela terceira semana seguida seus números para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A expectativa agora é de que encerre o ano a 4,98%, ante 4,92% na semana anterior.

PARA 2013, A EXPECTATIVA FOI MANTIDA EM 5,50% NA ÚLTIMA PESQUISA
Em relação à Selic, após o oitavo corte seguido realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para a mínima recorde de 8%, o mercado também não mudou sua visão e manteve a estimativa de que a taxa básica de juros terminará o ano a 7,50%. Para 2013, a previsão também foi mantida em 8,50%.

Analistas avaliaram que a ata da última reunião do Copom, na qual o conselho reafirmou que novos cortes na Selic têm de ser feitos com “parcimônia”, indica que pode haver pelo menos mais uma redução em agosto, quando o comitê de reúne novamente.

Entretanto, o cenário mais otimista nos mercados em relação às expectativas de novas medidas de estímulo econômico para a Europa pode aumentar as chances de o BC ser mais conservador na trajetória de redução da Selic, segundo analistas. Essa idéia ganhou força com líderes europeus afirmando que farão o possível para defender o euro.

EXPECTATIVA
O mercado aguarda a divulgação da produção industrial brasileira de junho na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já que é o principal setor que vem impedindo uma recuperação mais robusta da economia brasileira.

O governo já cortou a previsão de crescimento do PIB de 4,5% para 3%, embora ainda seja melhor que a perspectiva do BC, que reduziu sua projeção para este ano de 3,5% para 2,5%.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, sustentou na semana passada que já existem indicações de que a economia está acelerando, e que estoques da indústria abaixo do visto no ano passado abririam espaço para o crescimento na produção conforme a demanda aumentar.

Por sua vez, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo anunciará em agosto e setembro medidas anticíclicas para estimular a economia.

Ainda segundo o Focus, a taxa de câmbio prevista pelo mercado para o fim de 2012 foi elevada ligeiramente para 1,96 real por dólar, ante 1,95 real por dólar na semana anterior.