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Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado
na manhã da terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), teve a primeira desaceleração desde fevereiro (-0,42%),
revertendo uma trajetória de alta de preços. O IPP subiu 1,13% em junho ante o
mês anterior. A alta da taxa de maio foi revisada de 1,65% para 1,69%. Até o mês
passado, o IPP acumula altas de 4,53% no ano e de 6,66% nos últimos 12 meses.
O
IPP mede a evolução dos preços dos produtos na porta de fábrica, sem impostos e
fretes, de 23 setores da indústria de transformação. Desses, 22 apresentaram
variações positivas de preços. Em maio, haviam sido 19 atividades. No período,
as quatro principais variações positivas de preços partiram de alimentos
(2,32%), bebidas (2,28%), papel e celulose (2,06%) e móveis (2,04%).
"Alguns setores estão aumentando o preço. Mas o
aumento é um pouco menor do que em meses anteriores. É o caso do setor químico.
De forma geral, a desaceleração da alta de preços é o que vai influenciar todo
o IPP. Não sei dizer se é uma questão de demanda, mas é fato que a produção
está caindo",
afirmou o gerente do IPP, Alexandre Brandão.
As
principais influências no IPP partiram de alimentos (0,45 ponto porcentual),
outros produtos químicos (0,17 pp), veículos automotores (0,08 pp) e papel e
celulose (0,07 pp).
Os
preços dos alimentos subiram 2,32% em junho ante maio. Nos seis primeiros meses
do ano, o setor acumula alta de 8,82% e, comparado a junho de 2011, a alta foi
de 17,5%, a maior taxa desde janeiro de 2011 (19,85%).
No
caso do setor de alimentos, pesou na desaceleração a oferta de carne bovina
superior à demanda. Em outros químicos, foi registrada uma oferta superior de
polipropilenos, cujos preços no mercado internacional estão começando a cair,
fruto da queda do preço do insumo, a nafta, e da queda do consumo de
embalagens, que utiliza o polipropileno como matéria-prima. Já o grupo de
veículos apresentou mais altas de preços do que queda, por causa da retomada de
preços após um período de promoções para estimular o consumo.
Os
setores de alimentos, outros produtos químicos e veículos são os de maior participação
na composição do IPP, com 19,62%, 11% e 11,45%, respectivamente.
No
acumulado do ano, o IPP avança 4,53% e as principais variações positivas
partiram também de alimentos (1,66 pp), seguido de outros produtos químicos
(0,69 pp), papel e celulose (0,30 pp) e refino de petróleo e produtos de álcool
(0,26 pp).