Deputado Emanuel Pinheiro |
Emanuel Pinheiro
Deputado Estadual - MT
A
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quele
avô e avó quietinhos, sentados na varanda vendo o tempo passar está se tornando
cada vez mais raro. Esses personagens não estão mais tão presentes na sociedade
atual. Com a rotina da vida moderna grande partes das famílias, que passam a
maior parte do dia fora com obrigações entre trabalho e estudo, surgem os avós
que estão cada vez mais atuantes no dia-a-dia dos netos.
Segundo
pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os
avós têm se dedicado cada vez mais nos cuidados do neto principalmente das mães
adolescentes. A pesquisa revela ainda que os índices da gravidez na
adolescência no Brasil têm parecido com os da Bolívia, Paraguai, Colômbia,
enfim, uma realidade muito triste. Parece assustador, mas a cada vinte minutos
uma menina de 14 anos se torna mãe no Brasil.
São
vários os motivos que levam os velhinhos, que atualmente não são tão velhos
assim, a se tornarem referência para os netos. Como muitas mulheres têm filhos
muito jovens, a criança acaba morando com a avó desde bebê, e quando a mãe se
casa o filho não quer acompanhá-la, pois já está acostumado com o cantinho da
vovó.
Muitas
vezes, é a aposentadoria deles a única fonte garantida de renda. E eles acabam
bancando o convênio médico ou a escola dos netos. Talvez essa ajuda seja algo
prejudicial, pois na maioria dos casos o comprometimento com os gastos extras
tem provocado desequilíbrio no orçamento doméstico. É necessário que haja o
planejamento familiar, cujas famílias precisam levar em consideração a qualidade
de vida que podem oferecer a essas crianças.
Esse
novo papel ganha força com o início do século 21, em que os idosos passaram a
ter uma participação mais ativa na educação e no sustento dos netos. De fato, a
situação econômica exige que as mulheres deixem o contexto familiar e
trabalhem. Por isso, os avós passam a cuidar dos netos durante um período do
dia ou integralmente.
Os
dados do IBGE mostra que, enquanto em 1991 cerca de 2,5 milhões de netos eram
sustentados pelos avós, em 2000 este valor subiu para 4,2 milhões. Segundo a
pesquisa, para os próximos anos, ele tende a aumentar ainda mais. O aumento da
expectativa de vida está favorecendo a relação entre avós e netos. Eles
acompanham as crianças até a fase adulta.
Neste
caso, todo cuidado é pouco para que os avós não assumam de uma vez por todas o
papel dos pais. Aliás, envelhecer é o grande dom da vida. Se não envelhecermos
não saberemos a delicia que é ter netos, bisnetos e, se a vida for muito gentil
conosco, tataranetos.
Emanuel Pinheiro é deputado
estadual em Mato Grosso, pelo Partido da República (PR)