quarta-feira, 17 de novembro de 2010

SERÁ MESMO O PLANETA ÁGUA?

O fato de o nosso planeta ter dois terços da superfície recoberta pela água dos oceanos talvez dê a impressão de que a água na Terra seja uma coisa infindável. Após as primeiras viagens espaciais, ocorridas nos anos 60, inúmeras fotos do planeta feitas do espaço foram divulgadas. As imagens da “Terra, Planeta Água”, como diz a canção de Guilherme Arantes, espalharam-se e, em geral, transmitem uma idéia muito forte da grande quantidade de água que parece existir no planeta.

Vivendo em um planeta com grandes chuvas e enchentes; com grandes desertos onde sempre há um oásis; no planeta dos oceanos, das cachoeiras, dos grandes rios, das geleiras e dos icebergs, como é possível acreditar que estamos correndo perigo, pois podemos, em poucas décadas, ter enormes dificuldades em encontrar água potável para nossa sobrevivência?

É importante que se tenha claro que o volume total de água existente na superfície da Terra não corresponde ao volume total de água disponível para consumo da humanidade.

De toda água existente na Terra, 97% encontram-se nos oceanos sendo, portanto, salgada. Dos 3% de água doce restante, 2% estão nas geleiras e apenas 1% é água doce presente na atmosfera, lençóis subterrâneos, lagos e rios. É desse 1% que mais de 6 bilhões de seres humanos devem obter a água que precisam para sobreviver. No entanto, parte desse 1% já está poluído por esgotos e resíduos industriais, tornando-se impróprio para o consumo.

Metade das áreas úmidas do mundo foi destruída nos últimos cem anos, por conta das transformações do meio ambiente promovidas pelos seres humanos. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde, a água já é escassa para um bilhão de habitantes do planeta. Se não forem adotadas medidas urgentes, um terço da população poderá ficar sem água apropriada para consumo até 2025. Assim, o fornecimento de água potável para todos é o grande desafio da humanidade para os próximos anos.

Há 50 anos, éramos dois bilhões e meio de habitantes no planeta. Hoje somos mais de seis bilhões; isso mostra que a população mundial mais que dobrou nas últimas cinco décadas. Se, de um lado, a população de seres humanos cresceu dessa maneira, o mesmo não aconteceu com a água doce disponível. A quantidade de água que existe na Terra não se modifica ao longo do tempo: no vaivém natural do seu ciclo, a água se transforma em vapor e este se condensa ou solidifica, voltando à superfície em forma de chuva, orvalho, neve ou mesmo granizo. As transformações da água na natureza são muitas e permanentes; porém, a quantidade total do planeta se conserva, ou seja, não aumenta nem diminui.

Ciclo da Água

Pequeno ciclo

O calor do ambiente faz derreter (fundir) e evaporar a água dos oceanos, geleiras, rios e lagos. O vapor d'água presente no ar condensa-se, então, formando as nuvens que depois produzem as chuvas. Com as chuvas, a água retorna à superfície terrestre.

Grande ciclo

Tem a participação de seres vivos. As plantas absorvem a água da chuva infiltrada no solo e a eliminam no ambiente em forma de vapor. Os animais participam do ciclo bebendo água e comendo. A eliminação de água do corpo dos animais se dá pela transpiração, urina e fezes.

Além de ser apenas 1% do total da água do planeta, a água doce é desigualmente distribuída na superfície terrestre: existem regiões que têm água doce em abundância, ao passo que outras são muito secas. No norte da África e no Oriente Médio, as regiões são áridas: é o caso do Kuwait, país petrolífero do Golfo Pérsico, onde praticamente não existem fontes de água doce. Já na América do Sul, por exemplo, existem maiores porções de terras úmidas. E no Brasil, será que a água é abundante? Ela é distribuída igualmente em todas as regiões?

No Brasil, encontram-se 11,6% de toda água doce do planeta e mais da metade da água doce da América do Sul. O que ocorre é que a maior parte de toda essa água encontra-se nas regiões de menor densidade demográfica, como é o caso da Região Norte do Brasil. Já no Sudeste, apesar de haver uma quantidade razoável de água, existe também uma população muito numerosa e a necessidade de recursos hídricos é enorme. Para dificultar a situação, parte dessa água encontra-se altamente poluída.

Água: um bem comum da humanidade?

A água pode ser entendida como um direito humano fundamental, individual e coletivo, ou como uma mercadoria, um bem econômico. No último caso, os recursos hídricos seriam gerenciados sob a ótica do mercado: as empresas de captação e saneamento devem ser privadas e o preço da água, regulado pelas relações entre oferta e procura. Por outro lado, há setores que defendem a luta pela gestão pública do saneamento, considerando que esse é o caminho para garantir sua qualidade e acessibilidade.

Cobrar pela água já é prática comum em alguns países, como Estados Unidos, França, Alemanha e Holanda. No Oriente Médio alguns países necessitam importar água para consumo doméstico. A cobrança pela água pode transformá-la numa fonte de lucro e ocasionar deficiências nos serviços de abastecimento, perda de qualidade, além de impactos sobre o custo de vida.

A privatização da água, por sua vez, pode ocasionar sérios problemas: se não houver um órgão, legalmente credenciado, que seja responsável pela análise de sua qualidade, corre-se o risco de que a água distribuída esteja contaminada, podendo transmitir doenças. Deixando-se o fornecimento de água nas mãos de companhias privadas, essas podem eventualmente abandonar o projeto, caso constatem que ele não traz o retorno financeiro esperado. Além disto, é necessário garantir a qualidade nos processos de manutenção, reparo, administração de aquedutos e redes de esgoto, o que se torna mais difícil com a privatização.

No Brasil, pagamos apenas pelo tratamento e distribuição da água, sendo que o líquido em si é gratuito. Porém, a Lei no. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, permitindo a cobrança pelo recurso.

Reservas hídricas: preservar para não acabar

Ao ocupar ambientes, o ser humano sempre os transforma. Por meio de tecnologias, ele extrai e utiliza recursos naturais na produção de bens necessários à sua sobrevivência (moradia, construção de prédios industriais e comerciais, alimentos, transporte, comunicações, água encanada, rede de coleta de esgotos etc.).

Ao longo de muitos séculos, o crescimento populacional e os avanços técnicos foram lentos. Hoje, porém, as coisas são diferentes: tudo tem ritmo acelerado, inclusive a devastação ambiental.

O modo como a ocupação humana se dá hoje no mundo e os graves desequilíbrios resultantes de sua ação no ambiente, além de provocar a morte de muitos animais e vegetais, compromete seriamente o abastecimento de água às populações do planeta.

Por exemplo, a ocupação de mananciais – áreas que contêm fontes de água, como nascentes, rios, lagos, represas, açudes ou poços - podem ocasionar alterações no ciclo da água, contaminação do solo e da água, erosão, escoamento inadequado de águas pluviais, assoreamento, além do desmatamento da região.

O desmatamento nas áreas de mananciais é uma das causas da diminuição de água disponível para consumo da população. Que ligação há entre desmatamento e abastecimento de água das cidades?


Acontece que, quando a mata é retirada, o solo fica nu, sem cobertura vegetal. A água da chuva, ao cair nesse solo nu, não encontra nenhum tipo de barreira; ela escorre com rapidez por essa terra e não se infiltra no solo. Se isso não acontece, o solo não fica devidamente encharcado e não abastece o lençol freático, que fica mais vazio. Isso faz com que os mananciais, que se originam de lençóis freáticos, também fiquem com menos água. Tudo vai secando. Clique aqui para entender como é formado o lençol freático ou aquífero.

Além disso, essa água que escorre com rapidez, arrasta para o rio grandes quantidades de areia e terra, fazendo com que o rio fique mais raso e, em conseqüência, mais largo e lento. Esse processo, chamado assoreamento, tem ocorrido com muitos rios brasileiros. Rios assoreados tornam impossível a vida de peixes de grande porte. Por causa do alargamento, em muitos casos o rio invade áreas destinadas à agricultura, podendo provocar erosão nas terras junto às margens.

Outro tipo de problema é o que ocorreu na cidade de Cubatão, no Litoral Paulista. Indústrias e população passaram a utilizar intensamente as águas do lençol subterrâneo. Como a retirada de líquido passou a ser maior do que a reposição pelo ciclo da água, o nível do lençol foi baixando, até que o fluxo de água doce que ia em direção ao mar se inverteu e a água salgada invadiu o lençol. Este se tornou salgado e impróprio para consumo.

Há, ainda, outros fatores que comprometem seriamente os recursos hídricos:

Eliminação de resíduos sólidos e líquidos (lixo e esgoto) a céu aberto, favorecendo a contaminação do solo e da água das nascentes, lençóis freáticos, rios e mares, além da disseminação de doenças.

Derramamento de petróleo: o óleo que cobre a água impede a troca de gases entre a água e ar, sufoca a vegetação e provoca a morte de muitos animais, como peixes e aves.

Atividades extrativas: a retirada de terra, areia e pedras pode provocar desbarrancamento, assoreamento e poluição das águas.

Escoamento inadequado das águas da chuva: as águas pluviais podem provocar erosões que comprometem os cursos d’água.

Práticas agrícolas inadequadas: abuso no uso da água, desmatamento, plantios à margem dos cursos d’água, queimada e contaminação do solo e da água por agrotóxicos.

Construção de estradas: uma estrada malfeita pode provocar erosão e ficar como se fosse o leito de um rio.

Como os mananciais são fontes naturais de água que servem para consumo da população, é fundamental que se garanta sua preservação. Isso é lei. Fiscalizar, denunciar e exigir o cumprimento da lei são deveres de todo cidadão. Além disso, é necessário também recuperar as águas que se encontram contaminadas ou poluídas.

Água e saúde

Todo ser humano tem direito a uma vida digna. Mas será que é isso que acontece no mundo?
O que dizem as estatísticas
Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à água potável
25 mil pessoas morrem diariamente por não ter água potável para beber
4,6 milhões de crianças de até 5 anos de idade morrem por ano de diarréia, doença que está ligada ao consumo de água não potável; ela se agrava devido a fome e a miséria que atingem brutalmente muitas vidas.
No Brasil, 30% das mortes de crianças com menos de um ano de vida se devem à diarréia também provocada pela ingestão de água não potável


A qualidade de vida das populações depende do acesso aos bens necessários à sua sobrevivência. A água potável, assim como a coleta de esgoto, tem fundamental importância para a diminuição do índice de mortalidade infantil, pois evitam a disseminação de doenças vinculadas às más condições sanitárias e de saúde. Esses itens são igualmente importantes quando nos referimos ao aumento da expectativa de vida da população. A baixa expectativa de vida também é um indicador da pobreza que atinge a população.

Águas deterioradas trazem muitos danos à saúde do homem, por exemplo as doenças de veiculação hídrica, que podem ser adquiridas por ingestão ou contato com água contaminada – como cólera, hepatite infecciosa, esquistossomose - ou transmitidas por insetos que se desenvolvem na água – como dengue, febre amarela, malária, entre outras.

Medidas profiláticas para eliminar ou minimizar o perigo de transmissão de doenças pela água dependem da proteção dos mananciais, do tratamento adequado da água e da manutenção constante do sistema de distribuição.

Saneamento básico

A falta de saneamento básico é um dos graves problemas ambientais de países em desenvolvimento, onde muitas vezes a infra-estrutura disponível não acompanha o ritmo de crescimento das cidades, colocando em risco a saúde de seus habitantes.

O sistema de saneamento básico consiste no conjunto de equipamentos e serviços considerados prioritários em programas de saúde pública, especialmente o abastecimento de água e a coleta e tratamento de esgotos.

O abastecimento de água para uma região passa por várias etapas: a captação em mananciais (o que requer uma atenção especial em relação à ocupação de áreas de bacias hidrográficas), o tratamento (que torna a água potável) e sua distribuição para os diversos usos.

O sistema de esgotamento sanitário recolhe e trata o esgoto, retirando detritos para tornar a água o mais limpa que for possível antes de despejá-la nos mares, rios ou reservatórios. Outro serviço que compõe o saneamento básico de uma cidade é o sistema de drenagem, que recolhe as águas das chuvas e evita enchentes. Também o serviço de limpeza urbana, que mantém limpos os espaços públicos, recolhendo, tratando e dispondo em aterros sanitários os vários tipos de lixo.

Uso da água

Além do desmatamento e da destruição de rios e lagos por meio da poluição doméstica e industrial, o desperdício de água também é responsável pela crise de abastecimento pela qual o país está passando.

Muita água se perde porque ocorrem vazamentos nas adutoras e na rede de distribuição; além disso as pessoas não têm o hábito de reutilizar água e consomem muito mais do que o necessário. É preciso que esse recurso seja utilizado com o máximo de equilíbrio, racionalidade e senso de responsabilidade coletiva.

O Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo mostrou que, numa cidade como São Paulo, aproximadamente 30% da água é perdida antes de chegar aos consumidores, devido a vazamentos que ocorrem nas adutoras e nos encanamentos públicos. É claro que esse é um problema gravíssimo e que as autoridades têm a obrigação de dar uma satisfação à sociedade sobre esses acontecimentos. E quando a água chega às nossas casas, de quem é a responsabilidade? Ela é de cada indivíduo. E o que cada um de nós pode fazer para evitar o desperdício de água?

É no dia-a-dia que devemos tomar atitudes de respeito com os recursos da natureza e, conseqüentemente, com a vida no planeta. Economizar água; não jogar lixo nas ruas, córregos, rios e represas; preservar a mata natural que cerca as margens dos rios e das represas são atitudes que cabem a todos nós (crianças, jovens, adultos). Se cada cidadão fizer sua parte e a sociedade cobrar dos governantes que cumpram as leis, teremos muito menos problemas com nossos recursos hídricos.

Evite o Desperdício de Água
Para lavar calçadas, quintais etc., não há necessidade de usar a água tratada da torneira. Pode-se reutilizar, por exemplo, água do tanque para essas atividades.
Quando for escovar os dentes ou fazer a barba, deixe a torneira fechada; só abra quando for enxaguar a boca ou o rosto.
Na hora do banho, procure ficar menos tempo com o chuveiro ligado; pode-se fechar o registro durante o ensaboamento.
Fique atento aos vazamentos de água em sua casa. Um buraquinho no encanamento de 2mm jogará fora 3.200 litros de água por dia, segundo dados da SABESP.
Substitua duchas de alta pressão por chuveiros, pois gastam bem menos água.
Substitua a mangueira por baldes quando for lavar o carro.


Fonte: www.educarede.org.br

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pilantragem e machismo, nisso imperial era “O bom”

Carlos Imperial
Em 13 de dezembro de 1968, a nação é “presenteada” com o Ato Institucional nº 5, que praticamente dá poderes de vida e morte ao militares no poder. Carlos Imperial envia cartão de Natal a generais, em que aparece sentado num vaso sanitário “evacuando para o Brasil”. Preso.

Jornalista, produtor e compositor, a polêmica sempre esteve na vida dele. Morreu de infecção generalizada em 4 de novembro de 1992, aos 56 anos.

Mulherengo e machista, gostava de manter a imagem de cafajeste. Na década de 1970, com outros artistas, fundou o Clube da Pilantragem, do qual faziam parte Jece Valadão, Ruy Guerra, Daniel Filho, Hugo Carvana.

Talentoso, escreveu vários sucessos da Jovem Guarda, como A Praça, cantada por Ronnie Von; e O Bom, por Eduardo Araújo. Imperial também era hábil em reconhecer talentos. No programa Clube do Rock, na TV Tupi, lançou vários, entre eles o “rei” Roberto Carlos.
Renata Afonso
Almanaque Brasil

sábado, 13 de novembro de 2010

CLANDESTINO, PERIGOSO, MAS ÚTIL

Carlos MorelRio, 1900: o sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917) funda o Instituto Soroterápico Nacional. Fabrica soros e vacinas contra peste bubônica. Em 1974, já Fundação Oswaldo Cruz, torna-se referência internacional em pesquisa biomédica, no combate à febre amarela, doença de Chagas e hanseníase.

Paris, 1982: O Instituto Pasteur isola o vírus HIV. A Fiocruz acompanha o crescimento da aids no mundo. No Brasil, grande dificuldade: não existem aqui substâncias usadas na experiência com células infectadas pelo vírus. Carlos Morel, vice-presidente da Fiocruz, viaja a Genebra, Suíça. Recebe frascos com as substâncias. Guarda por um mês em geladeiras de hotéis. Na mala, chegam ao Brasil, “clandestinamente, sem passar pela alfândega”.

Em 4 de novembro de 1987, o HIV é isolado no País. Fato que ajuda na prevenção, tratamento e importantes pesquisas sobre a doença no Brasil. “Se tivéssemos seguido os caminhos normais de importação, o vírus da aids talvez nem fosse isolado”, diz Morel.
 
Mariana Proença
Almanaque Brasil

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CARTA ENIGMÁTICA

Maio de 1964. Início da ditadura militar. Policiais localizam um dos mais procurados líderes de esquerda num cinema da Tijuca, Rio. Ele grita:
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“Abaixo a Ditadura Militar Fascista! Viva a Democracia!”
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Baleado, repete a resistência de prisões anteriores, denunciando aos gritos a covardia do regime.-
Minha força vinha mesmo era da convicção política, da certeza de que a liberdade não se defende senão resistindo, descreveu no livro Por Que Resisti à Prisão.
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Nascido na Bahia em 1911, entra no Partido Comunista do Brasil (PC do B), no início da década de 1930. Vai preso em 1932 e em 1936, quando, durante 23 dias, enfrenta as torturas da Polícia Especial de Felinto Muller. Solto, muda para São Paulo e inicia a reorganização dos que lutam contra a ditadura Vargas.
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Na terceira prisão, em 1939, pega seis anos de isolamento em Fernando de Noronha. Livre em 1945 com a anistia, elege-se deputado pela Bahia. Mas o governo Dutra cassa-lhe o mandato. Cai na clandestinidade, o que não o impede de participar de todas as lutas políticas. Funda, em 1967, a Ação Libertadora Nacional - ALN. Parte para a luta armada, iniciando a guerrilha urbana. Em 1969 é o “inimigo nº 1 do regime militar”.
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Na noite de 4 de novembro de 1969, vítima de emboscada na Alameda Casa Branca, em São Paulo, é executado em ação coordenada pelo delegado Sérgio Fleury.
Janaina Abreu
Almanaque Brasil

terça-feira, 9 de novembro de 2010

PENEDO - ALAGOAS

PATRIMÔNIO HISTÓRICO NACIONAL

Localizada no extremo sul de Alagoas, às margens do Rio São Francisco, a cidade de Penedo é uma das mais bonitas e antigas cidades históricas brasileiras e impressiona seus visitantes pelo seu rico patrimônio histórico-cultural. Suas igrejas, conventos e palacetes do século XVII  e XVIII proporcionam uma verdadeira viagem ao passado do Brasil Colonial.

Vista aérea do centro histórico
Erguendo-se imponente sobre um rochedo às margens do rio São Francisco, a cidade de Penedo é um relicário vivo, que conserva um patrimônio artístico-cultural de grande valor, tendo sido palco de acontecimentos importantes do Brasil Colonial. As marcas dos colonizadores portugueses, holandeses e dos missionários franciscanos, podem ser constatadas na arquitetura barroca de conventos e igrejas.
Distante a 157 km de Maceió, pela Rodovia AL 101-Sul, Penedo atualmente conta com uma população urbana de aproximadamente 45 mil habitantes.

PRINCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS DE PENEDO

Igreja N. S. das Correntes
Praça 12 de Abril, s/n. Fechada p/ reforma. A mais bela do Brasil, segundo Germain Bazin, diretor do Museu do Louvre, de Paris. A fachada é barroca e o frontão é da "escola pernambucana", com três janelas e uma porta. A nave é decorada de azulejos portugueses com motivos marianos e piso de mosaico inglês. No forro, pintura ilusionista do Sagrado Coração de Jesus. A construção começou em 1720 como capela privativa da família Lemos. No movimento abolicionista, os escravos usaram a igreja como refúgio - à esquerda do altar, veja a passagem secreta onde eles ficavam até receber uma carta de alforria falsificada e, assim, fugir para Palmares.

Igreja N. S. dos Anjos e Convento S. Francisco
Praça Rui Barbosa, s/n. Obra executada a partir de 1660 sobre as ruínas do forte de Nassau. A igreja é barroca. Pinturas em ouro nos altares e na coroa portuguesa que encima a nave principal. O púlpito é decorado com pátina dourada e concha de jacarandá. Os dois altares laterais têm estilo rococó. O convento também é barroco e guarda a belíssima escultura "Senhor Glorioso".


Catedral de N. S. do Rosário


Praça Br. de Penedo, s/n. Iniciada no final do século 17 e sucessivamente reformada. Apresenta duas torres simétricas separadas por um frontão decorado por três vitrais franceses. No interior, arcos romanos, nichos greco-romanos e a capela do Santíssimo Sacramento com a tela "Cristo na Ceia Larga", do artista local Aurélio Phídias.

Igreja de São Gonçalo Garcia dos Homens Pardos
Os trabalhos de construção foram iniciados em 1758, parecendo ter sido concluída em 1770, data escrita no pórtico. As torres são do século XIX. A fachada é ornada de decorações esculpidas em pedra calcária da região. Existe, nesta Igreja, um conjunto de imagens representando os passos, como também a imagem mais antiga da cidade denominada Ecce Homo. Foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional.

Oratório da Forca  

Praça Barão de Penedo, s/n. Construção colonial de 1769 destinada às orações dos escravos condenados à morte que rezavam à espera da chegada do carrasco.

Paço Imperial


 Praça Rui Barbosa. Sobrado que hospedou o Imperador D. Pedro II em sua visita a Penedo em 1859.

Mirante da Rocheira

Rua da Rocheira. Antigo porto da cidade. Daqui se vê, na outra margem do rio, a cidade de Santana de São Francisco (Sergipe).

Casa de Penedo r. João Pessoa, 126. Ter-dom 8h-18h. Museu que revela a história da cidade e da vida do Barão de Penedo (1815-1906), diplomata no Império e na República.

Teatro Sete de Setembro
Inaugurado em 1884. Propriedade da Imperial Sociedade Filarmônica Sete de Setembro, cujo título de Imperial foi concedido pelo Imperador D. Pedro II. Foi o primeiro teatro construído em Alagoas.

domingo, 7 de novembro de 2010

RIO SÃO FRANCISCO EM ALAGOAS

No extremo sul de Alagoas, encontra-se o 3º maior rio do Brasil, o Rio São Francisco. Ao longo da imensidão de suas águas, belas paisagens, muita história nas cidades coloniais, e modernidade em suas hidrelétricas.

PONTAL DO PEBA
  
Para provar que de norte a sul de Alagoas só tem praia bonita,  encontramos no município de Piaçabuçu, a praia do Pontal do Peba, a última ao sul do Estado. A beleza das dunas e o encontro do Rio São Francisco com o oceano formam um lindo espetáculo da natureza. Nesta área de proteção ambiental, o projeto Tamar desenvolve programas de proteção das tartarugas marinhas.

 
A cidade de Penedo é a mais importante do baixo São Francisco. Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, Penedo possui um riquíssimo acervo arquitetônico do período colonial do Brasil como igrejas barrocas, conventos e sobrados preservados.

PIRANHAS
 
Na cidade de Piranhas, fundada no século XVIII, está situada a  Hidrelétrica de Xingó, a mais importante do Nordeste. Além do passeio no lago de Xingó onde é possível navegar de catamarã, Piranhas oferece como atrações turísticas seu belo casario colonial e o museu do Sertão, que conta toda a história do cangaceiro Lampião.
 
A navegabilidade do rio permite um passeio inesquecível pelo maior cânion do Brasil!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

LAGOAS DE ALAGOAS

Outra característica marcante do litoral alagoano são as Lagoas, ao todo são 19, elas foram a inspiração maior para dar nome ao Estado. As maiores são Mundaú e Manguaba, que formam um dos maiores complexos lagunares do mundo.

 
 
Lagoa Mundaú

Lagoa Manguaba

Lagoa da Anta /  Lagoa de Roteiro

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PRAIAS DE ALAGOAS - LITORAL NORTE

O litoral norte de Alagoas, conhecido como "costa dos corais" é caracterizado pela presença das famosas piscinas naturais em quase todas as praias. As principais são: Guaxuma, Ipioca, Sereia, Paripueira, Sonho Verde, Tabuba, Barra de Santo Antônio, Morros de Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga e Maragogi.

MARAGOGI
No litoral norte de Alagoas, a 129km de Maceió, a cidade de Maragogi, 2º maior pólo turístico de Alagoas, com dezenas de hotéis e pousadas, destaca-se pela beleza fascinante de suas piscinas naturais, as famosas "galés", que são bancos de corais localizados no meio do oceano (a 6 km da costa) que formam um verdadeiro aquário natural e permitem um banho inesquecível em águas azuis totalmente cristalinas!

JAPARATINGA

PORTO DE PEDRAS

SÃO MIGUEL DOS MILAGRES

Tranquilidade, praias desertas, coqueirais e águas cristalinas em São Miguel dos Milagres.

PARIPUEIRA

A "Costa Dourada" começa em Paripueira, a apenas 30km da capital. No município há passeios para as piscinas naturais partindo do bar Mar&Cia.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PRAIAS DE ALAGOAS - LITORAL SUL

Saindo de Maceió em direção à Foz do Rio São Francisco, encontraremos a região das lagoas, como as de Mundaú, Manguaba e Roteiro entre outras.Destacam-se neste trecho as lindas praias do Francês, Barra de São Miguel, Praia do Gunga, Duas Barras, Coruripe e Pontal do Peba.

PRAIA DO FRANCÊS
A Praia do Francês é uma das mais famosas de Alagoas, localizada próximo à capital tem um mar de águas cristalinas protegido por arrecifes que formam piscinas naturais.A parte mais selvagem do Francês é considerada um dos melhores picos do país para a prática do Surf!
BARRA DE SÃO MIGUEL
Um verdadeiro paraíso a apenas 30 km de Maceió

PRAIA DO GUNGA

A praia do Gunga é considerada pela imprensa especializada em turismo como uma das 10 mais bonitas do Brasil. Seu acesso mais próximo se dá através da travessia de escuna na Barra de São Miguel.
 
JEQUIÁ DA PRAIA
Praia selvagem de Jacarecica do Sul

PONTAL DO PEBA


No extremo sul do litoral alagoano, no município de Piaçabuçu, encontra-se uma das mais belas paisagens de Alagoas, o encontro do Rio São Francisco com o oceano atlântico em meio às dunas.

sábado, 30 de outubro de 2010

CIDADES HISTÓRICAS DE ALAGOAS

Alagoas não é só praia. As cidades seculares de Penedo e Marechal Deodoro têm muita história, casarões coloniais e lindas igrejas barrocas. Visitar estas cidades é voltar ao tempo do Brasil Colonial!

Outro destaque do interior alagoano é a cidade União dos Palmares, famosa por abrigar o “Quilombo dos Palmares de Zumbi”, símbolo da luta pela libertação dos escravos no Brasil.
  
PENEDO, o Brasil Colonial às margens do Rio São Francisco. A Cidade fundada em 1614 é o maior patrimônio histórico de Alagoas, repleta de igrejas e sobrados dos séculos 17 e 18 tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional. Foi palco de várias disputas entre holandeses e portugueses por seu território. Localizada no extremo sul do Estado, a 180 km de Maceió. 

MARECHAL DEODORO, a primeira capital de Alagoas, berço do Proclamador da República. Seus primeiros habitantes chegaram em 1520, a cidade é tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, por possuir um acervo arquitetônico riquíssimo, construído pelos Colonizadores Portugueses e Missionários Franciscanos. Localizada a poucos minutos de Maceió, é banhada pela Lagoa Manguaba e nela também está situada a famosa praia do Francês.

UNIÃO DOS PALMARES foi o último núcleo de resistência escrava das Américas, era na Serra da Barriga que estava localizado o Quilombo dos Palmares, um grupo de escravos negros, fugidos das fazendas na região Nordeste do Brasil.

Foi o maior quilombo, em extensão e duração, espalhando-se por vários pontos, e durou praticamente 100 anos, entre 1600 e 1695. A população total de Palmares chegou a atingir a marca de 20 mil habitantes, o que representava 15% da população do Brasil. Zumbi foi um dos líderes mais famosos de Palmares.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

MACEIÓ

Maceió, capital de Alagoas, possui uma população de 900.000 habitantes e é famosa por possuir as praias urbanas mais bonitas dentre as capitais do Brasil. Hoje, Maceió é um dos mais importantes pólos turísticos do País. A cada dia, turistas do Brasil e do Mundo chegam à cidade à procura de diversão, muito sol e de suas famosas praias. Localizada entre os coqueirais, as lagoas e um lindo mar de águas cristalinas, Maceió destaca-se por sua beleza exuberante.

A cidade é uma eterna festa para os turistas, boa para quem gosta do dia, boa para quem curte a noite. Os primeiros aproveitam um cardápio farto de praias paradisíacas como Pajuçara e suas piscinas naturais, Ponta Verde e Jatiuca; e as lagoas Mundaú e Manguaba. À noite, Maceió brilha ao ritmo dos bares com música ao vivo localizados à beira-mar e no bairro histórico de Jaraguá.

Com sol o ano inteiro e uma temperatura média de 28 graus, Maceió dispõe de uma excelente infra-estrutura de hotéis, pousadas e restaurantes, o conforto é de metrópole, as praias são de paraíso. Por isso, Maceió é considerada um dos points do litoral brasileiro, onde o visitante pode desfrutar da pura natureza, bem como da praticidade de uma cidade moderna.

PRINCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS
Praia de Pajuçara - A maior atração é o passeio de jangada até a piscina natural que se forma durante a maré baixa entre bancos de areia e arrecifes, a 2 km da costa. Mais de 200 jangadas levam os turistas até o local, que chega a medir 200 metros de comprimento e 25 metros de largura. Nos fins-de-semana, Pajuçara ganha bares flutuantes nas jangadas que servem bebidas e tira-gosto. 

Praia de Ponta Verde - Praia de mar calmo e águas cristalinas, muitos coqueiros e arrecifes de coral que formam piscinas bem próximas à areia. Ponto de encontro dos jovens da cidade.

Praia Jatiúca - Mar verde de ondas fortes. É a preferida dos surfistas.

Praia de Pratagi - Também é chamada de Mirante da Sereia porque tem uma estátua de sereia em suas areias. Coqueiros e piscinas naturais.

Pontal da Barra - No final da restinga de Maceió, no extremo sul da cidade, no encontro das águas da lagoa Mundaú e do Atlântico. Praia selvagem, mar forte, correntezas e belíssimo pôr-do-sol.

Mirante de São Gonçalo - Praça Rosalvo Ribeiro, s/n. Fica no bairro do Farol, na parte mais alta da cidade, e tem a vista mais bonita dos bairros, do porto e da praia de Sobral.

TURISMO CULTURAL
Catedral de N. S. dos Prazeres - Praça. D. Pedro II. Com planta do arquiteto francês Auguste Montigny (o mesmo que projetou a Candelária, no Rio de Janeiro), foi inaugurada em 1859 na presença de d. Pedro II e sua esposa, Tereza Cristina. O altar-mor é de cedro. A capela do Santíssimo Sacramento tem detalhes renascentistas. A igreja virou catedral metropolitana em 1900 por decisão do papa Leão 13.

Igreja Bom Jesus dos Martírios - Praça Floriano Peixoto, s/n. É de 1881. Sua fachada é recoberta de azulejos portugueses com desenhos azuis. No interior, destaque para oito lustres de cristal que iluminam a igreja. Fica diante do palácio do governo.

Igreja N. S. do Livramento - Rua Senador Mendonça, s/n. Arquitetura neoclássica do início do século passado. No teto da nave, uma grande pintura da Imaculada Conceição. 

Teatro Deodoro - Principal teatro da cidade, inaugurado em 1910 com arquitetura em estilo neo-clássico. Localiza-se na Praça Deodoro, Centro.

Associação Comercial de Maceió - Rua Sá e Albuquerque - Jaraguá - Restaurado recentemente, o prédio da Associação Comercial foi fundado em 1928. Suas características arquitetônicas são de um autêntico neoclássico. Destaque para as belíssimas colunas greco-romanas.

Museu Théo Brandão - Belíssimo palacete na praia da Avenida, com grande acervo folclórico da cultura popular alagoana.

Museu de Arte Sacra Pierre Chalita - Praça Mal. Floriano Peixoto, 44. Tel. (82) 223.4298. Seg-sex 8h-11h e 14h-17h. Acervo de imagens e quadros de arte sacra e profana dos séculos 17, 18, 19 e 20, de artistas brasileiros e internacionais, entre as quais o "Nascimento de Vênus", de Guido Reni , "Ressurreição de Cristo", de Rafael Sanzio, uma "Madonna" atribuída ao ateliê de Leonardo da Vinci, além de pinturas creditadas a Tiziano e Caravaggio.

PASSEAR
Lagoa Mundaú - Vários saveiros fazem o passeio pela lagoa e navegam entre os canais formados por suas nove ilhas até a Barra Nova, onde a lagoa se encontra com o mar. Os pescadores podem ser vistos em canoas ou caminhando pelas áreas mais rasas à cata de crustáceos que vivem na lama do fundo da lagoa e são especialidades da culinária de Maceió - caranguejo, sururu, massunim, taioba.

COMPRAR
Artesanato em madeira, cerâmica e palha na Feirinha da Pajuçara, e os trabalhos das rendeiras no Pontal da Barra.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

O SETOR INDUSTRIAL DO NORDESTE

Eduardo de Freitas

A região Nordeste tem atraído elevados investimentos para seu setor econômico. Além disso, a atividade industrial da região está em ascensão, isso acontece em decorrência de melhorias ocorridas nas indústrias nativas e da chegada de inúmeras empresas oriundas de outras partes do Brasil, especialmente do Sudeste. Dentre as principais indústrias, estão as do ramo alimentício, calçadista e vestuário.

A migração de empresas para a região se deve principalmente pelo fato do Nordeste possuir abundante mão-de-obra e de baixo custo, sem contar que muitos Estados oferecem incentivos fiscais para as empresas interessadas. Além disso, muitas empresas aproveitam o fator da proximidade com as fontes de matéria-prima, como cana-de-açúcar, algodão, frutas, cacau e tabaco, isso para fabricação dos respectivos produtos: açúcar e álcool, têxtil, sucos, chocolates e charutos.

A região Nordeste se destaca também na extração mineral, especialmente na produção de sal, responde por aproximadamente 80% da produção do país, o Estado do Rio Grande do Norte é o maior produtor. No seguimento industrial nordestino há uma hierarquia entre os principais produtores, sendo que o Estado da Bahia é o primeiro, respondendo nacionalmente por 4%, seguido pelo Ceará com 1,2% e depois Pernambuco com 1,1%. O restante dos Estados que compõem a região, juntos, não obtêm nem mesmo 1% do total nacional.

O parque industrial baiano atua principalmente na produção de produtos químicos, alimentos, bebidas, metalurgia, automóveis, combustíveis. Já no Estado do Ceará, destaca-se a produção industrial de máquinas, materiais elétricos, tecidos, calçados e bolsas, alimentos e álcool. A indústria pernambucana se desponta na produção de alimentos, metalurgia, produtos químicos, produção de álcool e refino de petróleo. As principais áreas industriais do Nordeste se concentram em Recife, Salvador e Fortaleza.

Apesar do incremento na produção industrial da região, a mesma necessita melhorar muito, pois a indústria ainda não se encontra diversificada. A distribuição das indústrias ao longo dos Estados da região se restringe a algumas áreas, fazendo com que cidades adentradas no interior permaneçam excluídas do desenvolvimento.

domingo, 24 de outubro de 2010

DILMA X SERRA

A decisão de quem vai ser o sucessor de Lula na Presidência da República se aproxima. Os concorrentes a vaga são Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB). Os dois lados contam com apoios que podem fazer muita diferença na reta final. Dilma possui como avalista político o presidente. Lula tem hoje a maior popularidade da história que um chefe de executivo já gozou no Brasil.
 
O sucesso da política econômica e a eficiência da política social construíram uma armadura de teflon ao redor de Lula, nada de ruim gruda nele. A questão sobre a qual, muitos analistas de cenário político se debruçam é se esse poder de fogo poderá ser transferido para a ex-chefe da Casa Civil. Os que sustentam essa idéia se pautam no fracasso da candidatura Marta Suplicy em São Paulo, embora apoiada explicitamente por Lula. Os que contrariam essa tese afirmam que São Paulo é um reduto de pouco afeição ao petismo. Contar com o apoio de Lula ou não é indiferente.

Já no Norte e Nordeste e em Minas Gerais, gigantes colégios eleitorais, costumam ser invariavelmente lulistas, que se bem trabalhados politicamente podem calibrar a candidatura da ex-ministra. Dilma possui uma bagagem acadêmica e política respeitável, é doutora em Ciências Sociais na área de teoria monetária pela Unicamp e chefiava a Casa Civil, sendo a primeira mulher no Brasil a ocupar essa pasta, desde 2005. É vista no meio político como uma mulher rígida e severa. Seu perfil é de generala mandona.

Lula possui um afeto especial por Dilma, reconhece que boa parte do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) e seu sucesso, só são possíveis por causa da ex-ministra. Dilma possui, entretanto, uma fraqueza considerável, sua falta de carisma. Lula tem procurado levá-la para várias cerimônias oficiais para forjá-la no fogo do contato com as massas. Lula confia em Dilma, e o mote de campanha estará pronto em breve e não será algo muito diferente da campanha de 2006 “Não troco o certo pelo duvidoso”.

José Serra é o candidato da oposição. Tem a seu lado a experiência de muitos anos em cargos de chefia. Foi Ministro do Planejamento e da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso. É visto como a alternativa a política do atual governo Lula. José Serra tem um perfil mais comedido e tem evitado críticas públicas a Lula, que hoje mantém um índice de aprovação de 84%. Serra se sagrou prefeito por São Paulo, e foi muito criticado por ter se afastado da prefeitura para concorrer ao cargo de governador.

Serra ocupava até então, o cargo de governador do estado de São Paulo e é bem visto pela imprensa e pela população de São Paulo. Possui contra si a gestão de Fernando Henrique Cardoso, que até hoje é mal avaliada pela população. Joga contra ele também o fato estar consorciado com as alas mais conservadoras da política nacional.
Faltam poucos dias para a eleição, mas a cada dia que passa esses personagens medem cada vez mais seus atos e seus reflexos. A prova é os últimos debates, morno e cometido por Serra e Dilma.
 
A maioria dos eleitores já deve estar pensando em quem vai votar, mas uma ponta de duvida ainda deve pairar e com certeza a decisão de muitos só vai acontecer no dia 31 próximo, diante da urna eletrônica.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CONHEÇA A ONU


A Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 192 Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos. Os membros são unidos em torno da Carta da ONU, um tratado internacional que enuncia os direitos e deveres dos membros da comunidade internacional.
 
As Nações Unidas são constituídas por seis órgãos principais: a Assembléia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.
 
Ligados à ONU há organismos especializados que trabalham em áreas tão diversas como saúde, agricultura, aviação civil, meteorologia e trabalho – por exemplo: OMS (Organização Mundial da Saúde), OIT (Organização Internacional do Trabalho), Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional). Estes organismos especializados, juntamente com as Nações Unidas e outros programas e fundos (tais como o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF), compõem o Sistema das Nações Unidas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

IBOPE: TEOTÔNIO VILELA COM 54% DOS VOTOS VÁLIDOS EM ALAGOAS

A primeira pesquisa Ibope para o segundo turno em Alagoas mostra o governador e candidato à reeleição, Teotônio Vilela (PSDB), à frente do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT).

Teotônio tem 48% das intenções de voto e Lessa 40%, enquanto nulos e brancos somam 5% e os indecisos são 7%. Quando considerados apenas os votos válidos - sem nulos e brancos - o placar fica em 54% a 46% para o tucano.

A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

No primeiro turno, Teotônio Vilela obteve 39,58% dos votos válidos e Ronaldo Lessa 29,16%.

A pesquisa está registrada no TSE sob o número 36436/2010.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MISSÃO E VISÃO ORGANIZACIONAL: ORIENTAÇÕES PARA SUA CONCEPÇÃO

Marcelo Antoniazzi Porto

Inúmeras são as organizações brasileiras que vêm, especialmente ao longo desta década, enunciando missões, visões, credos, princípios, valores, etc. como resultado de uma etapa inicial de seus processos de implantação de sistemas de gestão da qualidade.

Entretanto, o impacto positivo e a real importância que tais elementos têm no sucesso de uma organização não é compreendido pela maioria. Muitas percebem apenas o cunho “ideológico” destes elementos, não entendendo o seu reflexo nas sucessivas tomadas de decisão, em todos os níveis, no dia-a-dia de uma organização. Além de poucas compreenderem sua importância, menor ainda é o número de organizações que incorpora tais elementos às suas práticas diárias, assumindo-os como instrumentos orientadores e balizadores das condições de contorno da prática empresarial.

Este artigo não tem a pretensão de responder o que deve ser feito em relação a esta questão, pois sua complexidade exige observação e análise mais apuradas das práticas atuais para que, somente então, possa-se prover algumas recomendações. Entretanto, visto que a própria base conceitual não é homogênea, este artigo aborda dois elementos fundamentais, missão e visão, que por vezes são mal compreendidos e mesmo tomados como sinônimos, trazendo orientações para sua concepção. Apesar de superficiais, esclarecem a diferença entre estes dois elementos, servindo como um primeiro passo na compreensão de seu impacto e sua importância.

Visão é um destino específico, uma imagem de um futuro desejado. [...]

[Missão] é abstrata. [...] [Missão] é “avançar a capacidade do homem para explorar os céus”. Visão é “um homem na lua ao final dos anos 60”. (SENGE, 1990, p. 149)

A missão de uma organização representa a razão de sua existência (AT&T, 1992; COLLINS & HUGE, 1993; JOHNSTON & DANIEL, 1993; SENGE et al., 1994; HUNGER & WHEELEN, 1995; BABICH, 1996; COLLINS & PORRAS, 1996).

Para prover algumas orientações em relação à concepção de uma missão, o autor considera que a mesma deva abranger: 1) o propósito básico da organização (foco no cliente externo); e 2) os valores que a organização pretende agregar a elementos que com ela interagem.

PROPÓSITO BÁSICO
Segundo Hunger & Wheelen (1995), uma missão pode ser definida de forma ampla ou restrita. Ou, usando a idéia de abstração de Hayakawa (1990), uma missão pode assumir alto ou baixo nível de abstração. Uma missão restrita, ou limitada, pode definir claramente o propósito de uma organização, limitando-a, porém, em seu escopo. Uma missão ampla (enunciada em termos mais genéricos) permite um escopo bastante mais abrangente para a organização. Por outro lado, seu maior nível de abstração exige identificação clara do que deve ser enfatizado.

Johnston & Daniel (1993) salientam que a missão não deve ser limitadora. Citam o exemplo da Toyota Motor Corporation que costumava definir, em sua missão, “automóveis” como seu negócio. Agora, tendo expandido consideravelmente sua missão, traz, na definição de seu negócio, “mover pessoas”. Isto lhe permitiu trabalhar com novas áreas de transporte, não se limitando a veículos abastecidos com gasolina, com pneus de borracha, que se movam no solo.

AT&T (1992), Colletti (1995) e Melum & Collett (1995), citando apenas alguns autores que compartilham da mesma idéia, ressaltam a necessidade da organização definir quem são seus clientes externos. Contudo, para que possam ser identificados, a organização necessita primeiro compreender o mercado onde pretende atuar. Para tanto, segmentá-lo é uma boa iniciativa (AT&T, 1992).

Há vários critérios de segmentação do mercado. Cada um abrangendo inúmeras variáveis que podem ser utilizadas, tais como: idade, nacionalidade, classe social, renda, clima, características de personalidade, etc. (CHIROUSE, 1985).

Uma vez estabelecidos tais clientes, que devem representar o foco da organização, esta deve entender as suas necessidades, de modo que possa identificar que valores agregar aos seus clientes através do fornecimento de produto(s) e/ou da prestação de serviço(s). O foco da organização deve estar nos valores que pretende agregar aos seus clientes e não nos produto(s) e/ou serviço(s) que oferece.

AGREGANDO VALOR A OUTROS ELEMENTOS
“Uma missão é um propósito que integra a variedade de papéis que um sistema desempenha” (ACKOFF, 1981, p. 107). Esta definição de Ackoff (1981) contempla o aspecto sistêmico de qualquer organização. Ou seja, uma organização, enquanto sistema deve estabelecer seu propósito abrangendo outros elementos importantes, de modo a garantir que não lhe falte coesão e que o planejamento seja realizado de forma integrada.

Além dos clientes, Ackoff (1981) menciona acionistas, fornecedores, empregados e a comunidade como “partes interessadas” (do inglês, stakeholders) que devem ser contempladas pela missão de uma organização. J. C. Penney, Merck e UPS são exemplos de empresas cujas missões abordam outros elementos além do cliente externo (Jones & Kahaner, 1995).

VISÃO
Conforme ressaltado por Senge (1990), não há uma fórmula para encontrar a visão. Certamente, qualquer receita prescritiva que fosse apresentada não seria a mais adequada para todas as organizações. Portanto, as orientações aqui contempladas focalizam nas características do conteúdo da visão, uma vez que o processo de concepção da mesma é muito particular a cada organização.

Abaixo seguem algumas orientações úteis ao processo de concepção de uma visão:

• A VISÃO DEVE RETRATAR UM ESTADO FUTURO DESEJADO
Considerando sua missão, a organização deve conceber uma visão que retrate um estado futuro desejado capaz de responder fundamentalmente a uma questão: “o que queremos ao longo deste nosso caminho pela missão?”. Esta questão mostra que uma organização pode ter mais de uma visão. O que na realidade ocorre, em organizações visionárias, é uma sucessão de visões de longo prazo ao longo de sua existência.

Exemplo: “Um homem na lua ao final dos anos 60”.

Neste exemplo da NASA, a visão respondeu a outra questão comumente contemplada: “quando queremos...?”. Outro exemplo em que esta segunda questão é respondida: “Tornar-se tão respeitada em 20 anos quanto a Hewlett-Packard é hoje” (enunciada pela Watkins-Johnson em 1996).

Ainda que de forma implícita, a visão da Watkins-Johnson responde a uma terceira e última questão contemplada por inúmeras visões: “onde queremos...?” (sabidamente a Hewlett-Packard é respeitada em nível mundial).

• A VISÃO DEVE SER DE LONGO PRAZO
Collins & Porras (1996) sugerem que a visão contemple um horizonte de tempo de 10 a 30 anos. Collins & Huge (1993) falam em 5, 10 ou 20 anos. Existem organizações com visões superiores a 50 anos e outras que trabalham com não mais do que 3 anos para frente.

Uma visão, para que gere a “energia criativa” mencionada por Senge (1990), deve ser bastante desafiadora, ou seja, romper com o mero estabelecimento de objetivos que se renovem a cada ciclo de planejamento. Quanto maior o gap entre a visão e a realidade atual, maior o desafio que se apresenta. Quanto maior o desafio, mais tempo costuma ser necessário para enfrentá-lo e ser bem sucedido. Por isto, limitar-se a horizontes de tempo curtos geralmente conduz à concepção de visões pouco desafiadoras.

• A VISÃO DEVE TER UMA DESCRIÇÃO CLARA
Collins & Porras (1996) salientam que é essencial “pintar-se” um quadro retratando o que deve parecer a situação futura desejada. Criar-se uma imagem que seja compartilhada por todos em uma organização fortalece o alinhamento. Uma imagem tende a propiciar tangibilidade à visão mais do que as próprias palavras que a definem.

Tanto é assim, que muitas organizações preferem primeiro criar uma imagem do estado futuro desejado e depois transformá-la em palavras.

Exemplificando com a visão de Henry Ford no início deste século:

“Democratizar o automóvel”. Seguem abaixo palavras suas que tentam ilustrar a imagem associada à sua visão:

Construirei um carro a motor para a grande multidão [...]. Ele será tão baixo em preço que nenhum homem, com um bom salário, estará incapacitado de ter um e de desfrutar com sua família a bênção de horas de prazer nos ótimos lugares livres de Deus [...]. Quando tiver terminado, todos estarão aptos a ter um e cada um terá um. O cavalo terá desaparecido de nossas estradas, o automóvel será aceito [...] [e iremos] proporcionar a um grande número de homens emprego com bons ordenados. (Ford apud COLLINS & PORRAS, 1996, p. 74)

• A VISÃO DEVE ESTAR ALINHADA COM OS VALORES CENTRAIS DA ORGANIZAÇÃO
Apesar de não serem abordados neste trabalho, os valores centrais de uma organização, juntamente com a missão, definem sua ideologia básica (COLLINS & PORRAS, 1996).

Os valores centrais de uma organização são aqueles seus princípios essenciais e duradouros. Estes valores não exigem justificativa externa, pois são intrínsecos.

Conseqüentemente, não há um conjunto de valores que possa ser considerado como certo ou errado por um observador externo. Um valor central representa um princípio que sempre é respeitado pela organização ainda que, em alguns momentos, ele possa significar uma desvantagem competitiva.

A importância de um valor central pode ser retratada pelas palavras da equipe gerencial de uma empresa de alta tecnologia mencionada como exemplo no artigo Building Your Company’s Vision de Collins & Porras (1996):

Nós queremos sempre realizar inovação [...] [de vanguarda]. É isto que somos. É muito importante para nós e sempre será. Aconteça o que acontecer. E se nossos mercados atuais não o valorizam, encontraremos outros [...] que o façam. (p. 67)

Outros exemplos que aparecem no artigo supracitado são: honestidade e integridade, lucro - mas lucro de trabalho que beneficie a humanidade, ... (empresa: Merck); vitória - derrotar outros em uma boa disputa, ... (Philip Morris); elevação da cultura japonesa e do status nacional, ser pioneira - não seguir os outros..., ... (Sony); etc.

Pelo exposto acima, é evidente que qualquer visão que não esteja alinhada com os valores centrais da organização está fadada ao insucesso.

• A VISÃO DEVE SER INSPIRADORA E IMPULSIONADORA
O gap entre a visão e a realidade atual deve propiciar a geração de uma energia criativa (SENGE, 1990) suficiente para consecução daquilo que pode parecer insensato ou mesmo absurdo. Novamente, a realização de “um homem na lua ao final dos anos 60” é um excelente exemplo da capacidade criativa do ser humano.

Para ser inspiradora, estimulando a criatividade, e impulsionadora, estimulando ação, uma visão deve ir além da arena competitiva corrente para identificar novas oportunidades que estejam “fora do mapa atual [...]” (BECHTELL, 1995).

A visão de uma organização deve sobreviver aos seus líderes se for realmente inspiradora (COLLINS & PORRAS, 1996).

Indicadores financeiros como foco da visão costumam não gerar o estímulo necessário à criatividade e à ação. O mesmo vale para a liderança em termos de participação no mercado onde a organização atua; se este for o foco da visão, a organização estará se orientando pelo atual cenário competitivo. Estes elementos podem até integrar a imagem que a organização tem de seu estado futuro desejado. Uma visão, para ser genuinamente inspiradora e impulsionadora, deveria responder a pergunta “o que queremos criar?” (SENGE, 1990).

• A VISÃO DEVE PROVER FOCALIZAÇÃO E ALINHAMENTO
Senge (1990) observa que “uma visão compartilhada [por todos] é o primeiro passo para permitir que pessoas que desconfiavam umas das outras comecem a trabalhar juntas. Ela cria uma identidade comum. Na verdade, o sentido compartilhado [...] de propósito, visão e valores [...] estabelece o nível mais básico de comunidade” (p. 208).

Foco e alinhamento estão intimamente ligados. Estas características da visão estão fortemente respaldadas no estabelecimento de um estado futuro desejado que rompa com o status quo, na contínua orientação pela missão e os valores centrais da organização e no claro entendimento da visão, especialmente através de imagens compartilhadas por todos.

• A VISÃO DEVE PRESCINDIR DE MAIORES EXPLICAÇÕES
Uma organização deve ser capaz de comunicar sua visão sem a necessidade de palavras. Por isto, imagens compartilhadas por todos são fundamentais.

Uma visão somente tem poder de alinhamento e impulsionamento, gerando energia criativa organizacional, quando não há necessidade de se gastar horas alinhavando palavras para disseminá-la na organização. Retomando o exemplo da visão da NASA nos anos 60, “um homem na lua ao final dos anos 60” podia ser escrita e dita de inúmeras formas, pois a imagem de um homem na lua era clara para todos, ainda que muitos não acreditassem no sucesso que ocorreria em 1969.

• A VISÃO DEVE CONFRONTAR PADRÕES ATUAIS
O estabelecimento de uma visão exige pensar além das capacidades atuais da organização e de seu ambiente competitivo (COLLINS & PORRAS, 1996).

Ackoff (1981) observa que se pode inovar através do uso de tecnologias que, embora viáveis, não tenham sido usadas da forma como se está concebendo para o estado futuro desejado. Salienta ainda que a implementabilidade da visão é completamente irrelevante, pois não há exigência alguma de que se tenha a capacidade de promover a sua existência.

Lembrando a observação de Senge (1990), não há uma fórmula para encontrar a visão. Entretanto, as orientações aqui apresentadas são aplicáveis a qualquer receita prescritiva que seja adotada para concebê-la.

COMENTÁRIOS FINAIS
Como exposto anteriormente, em se tratando de Brasil, o número crescente de enunciados de missão, visão, princípios, valores, entre outros elementos, é reflexo direto dos esforços para a implantação de sistemas de gestão da qualidade. Entretanto, qualquer organização, independentemente de tamanho ou setor econômico de atuação, quer seja pública ou privada, implantando ou não um sistema da qualidade, necessita compreender qual é sua missão e estabelecer, a partir desta, visões sucessivas que, continuamente, a estimulem a romper com padrões atuais de desempenho.

É importante respeitar a característica temporal da missão, pois somente assim poderá uma organização desenvolver e reforçar de forma mais agressiva a criatividade organizacional, buscando alternativas diversas em termos de produtos e/ou serviços.

Importante: os produtos e serviços representam o veículo através do qual valor é agregado à sociedade; o veículo pode mudar ao longo da trajetória de uma organização mas os valores a serem agregados à sociedade somente mudam a partir do momento que a organização entende ter outra missão. As visões orientam o processo de criação no caminho da missão, estimulando o rompimento do status quo na proporção do gap existente entre a situação atual e o estado futuro desejado.

É fundamental compreender a necessidade de mudança comportamental e disciplina para que a missão seja respeitada e a pressão emocional pertinente a visões desafiadoras seja suportada. Não é trabalho de curto prazo. Portanto, ainda que úteis as orientações contidas neste artigo, em especial para organizações empreendendo esforços iniciais, fazem-se necessários outros trabalhos que contemplem abordagens de mudança comportamental que tenham aplicabilidade no dia-a-dia das organizações brasileiras.