Diz um ditado popular que "o amor é uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas". E numa canção do tempo de ouro do rádio, cantada por Carmem Miranda, também ouvimos: "essa história de gostar de alguém/é uma mania que as pessoas têm/se me ajudasse, nosso Senhor/eu não pensaria mais no amor".
Ninguém é trouxa por amar, o amor é considerado um dos sentimentos mais nobres do ser humano, mas que parece uma mania, ah, lá isso parece. Basta dar uma olhadinha na internet para ver a quantidade de sites de namoro, relacionamentos e encontros. Todo mundo atrás de um amor.
As paqueras no colégio, nos bares, na praia, cartas, torpedos, telefonemas, e-mails, a flecha do cupido encorajando os corações - dos mais arrojados aos mais tímidos - a se declararem. A irem em busca de seu par.
Conta uma antiga lenda que, no princípio, homens e mulheres eram uma coisa só, feminino e masculino unidos completamente, colados um ao outro em um abraço universal. Castigados pelos deuses, por tentarem se igualar a eles, foram descolados para sempre e, por conta disso, vivem buscando até hoje a outra metade descolada. Sua metade da laranja.
Mania ou não, bom mesmo é estarmos com nossa metade no dia dos namorados.
E nos sentirmos mais nobres, mais completos, por amar, amar, amar...
Cupido é o culpado
Cupido (também conhecido como Eros) era o deus do amor. Filho de Vênus (Afrodite), deusa do amor, com Mercúrio (Hermes), mensageiro alado dos deuses, andava sempre ao lado da mãe, armado com seu arco e flecha. As setas, Cupido desfechava no coração dos deuses e dos homens que, uma vez atingidos por elas, ficavam completamente tocados pelo sentimento amoroso, apaixonados mesmo.
Conta-se ainda que existia uma outra divindade, irmão de Cupido, chamado Antero. Este seria o deus vingador do amor rejeitado, mas que aparece também na mitologia como o símbolo do afeto recíproco. Ele nasceu após Vênus ter se queixado de que seu filho Cupido continuava sempre criança. A deusa foi então aconselhada a lhe dar um irmão que, tirando Cupido da solidão, certamente o ajudaria a crescer. E assim foi. Com a chegada do irmão, começou a crescer e ficar robusto.
Cupido, aliás, quem diria, também viveu um grande amor. Vênus andava enciumada da beleza de Psiquê, uma jovem mortal, e pediu ao filho que castigasse a linda moça. Cupido foi cumprir sua missão mas, ao ver a jovem tão bela, acabou vítima do próprio veneno, apaixonando-se perdidamente. Eles casaram-se. Só que Psiquê, por ser mortal, não podia olhar o rosto do amado, que era um Deus. Então os deuses, após muitos problemas e desencontros vividos pelos dois, por conta dessa limitação, resolveram transformá-la numa deusa, para que eles pudessem viver seu grande amor eternamente.
Simpatias de amor
Para quem anda solitário ou ainda não foi flechado pelas setas do Cupido, distraído talvez em contemplar a beleza de sua esposa Psiquê, apaixonado demais para sair por aí flechando... pois, então, para quem ainda não encontrou seu amor - ou o perdeu -, existem algumas simpatias, para dar uma forcinha ao destino.
Aqui no Brasil, o dia dos namorados é festejado na véspera do dia de Santo Antônio, considerado santo casamenteiro. Daí as simpatias de amor estarem quase sempre associadas a sua imagem. Vamos conhecer algumas:
Para arrumar namorado: na manhã do dia dos namorados, escrever o nome completo da pessoa amada em uma fita azul.
De noite, você deve contar sete estrelas no céu (sem apontar!) e pedir a Santo Antônio que lhe ajude a conquistar o coração de quem você ama. No dia seguinte, amarre a fita nos pés da imagem do santo e deixe amarrado até que o pedido seja concretizado.
Para o namorado voltar: pegue uma imagem de Santo Antônio e amarre nela sete fitas coloridas. Depois, guarde a estátua de cabeça para baixo e só desvire e a liberte das amarras, quando seu namorado voltar.
Então, vamos lá. Mãos à obra e boa sorte.
Ah, e bom dia dos namorados também!
Lupercália
É bem provável que a festa dos namorados tenha sua origem em um festejo romano: a Lupercália.
Em Roma, lobos vagavam próximos às casas e um dos deuses do povo romano, Lupercus, era invocado para manter os lobos distantes. Por essa razão, era oferecido um festival em honra a Lupercus, no dia 15 de fevereiro.
Nesse festival, era costume colocar os nomes das meninas romanas escritos em pedaços de papel, que eram colocados em frascos. Cada rapaz escolhia o seu papel e a menina escolhida deveria ser sua namorada naquele ano todo.
O dia da festa se transformou no dia dos namorados - nos Estados Unidos Valentine´s day -, em homenagem ao Padre Valentine. Ele tinha sido padre em Roma, numa época em que o então imperador Claudius II ordenou que os soldados romanos não casassem. Ele achava que, uma vez casados, seus soldados não iriam querer lutar, preferindo ficar em casa com suas esposas.
O padre Valentine foi contra a ordem dada por Claudius e casou muitos jovens secretamente. Foi preso e morto no dia 14 de fevereiro, tornando-se santo, após sua morte. Quando Roma se converteu ao cristianismo, os padres mudaram o feriado de Lupercália, no dia 15, para o dia 14 de fevereiro, Valentine´s Day, em homenagem ao padre.
No Brasil, como sabemos, comemoramos o dia dos namorados no dia 12 de junho.
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