terça-feira, 13 de março de 2012

GOVERNO PODE ANTECIPAR MUDANÇA NA REMUNERAÇÃO DA POUPANÇA


Governo teme migração em massa de recursos que estão em fundos de investimento.

O
 governo poderá acelerar o envio ao Congresso Nacional da proposta de mudança na remuneração da caderneta de poupança por causa do temor de um movimento antecipado de migração de recursos que hoje estão depositados nos fundos de investimento. As informações de que as mudanças em estudo devem atingir apenas depósitos novos ampliaram o risco de que investidores que têm aplicações que já começam perder em rentabilidade para a poupança se antecipem à mudança para garantir, no futuro, um ganho maior que só será assegurado aos antigos depositantes da caderneta.

Segundo apurou o Estado, essa é uma preocupação que está presente no radar do governo e motivo de divisão na equipe econômica sobre a melhor estratégia para enfrentar o problema, agora que o Banco Central (BC) acelerou ainda mais a redução da taxa básica de juros. Economistas de dentro e fora do governo já falam na possibilidade de a taxa Selic cair para 8,5% ainda este ano, tornando a decisão mais urgente. Esse nível é considerado uma espécie de limite aceitável para que a mudança seja feita.

O vazamento da informação de que o governo estuda preservar da mudança os depósitos antigos das cadernetas - justamente para facilitar a aprovação da medida pelos parlamentares em ano de eleições - acabou se transformando num problema maior para a equipe econômica. “Tem potencial para aumentar ainda mais o ruído junto à população, o que já começa a acontecer”, admite um integrante da equipe.

Segundo uma fonte do governo, que defende a mudança para logo, a presidente Dilma Rousseff está atenta a todas as implicações do risco em retardar a decisão. Há uma preocupação que a demora se torne, mais à frente, um entrave para a queda dos juros. Mas os problemas da presidente com a sua base aliada, após o Senado ter rejeitado sua indicação para a direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres, dificultam mais a decisão. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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