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inflação brasileira deve girar em torno de 6%
ao ano, pelos próximos cinco anos. O dado foi extraído pelo economista-chefe do
Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, das taxas de remuneração dos títulos do governo
negociados no mercado. Já o economista projeta uma taxa um pouco menor, em
torno de 5,5%.
“Não
vai ser nada explosivo, mas é alto”, afirmou Goldfajn. Ele atribui a
resistência da inflação num nível superior ao centro da meta de 4,5% nos próximos
anos aos problemas de infraestrutura, aos preços pressionados dos serviços e ao
mercado de trabalho, que continua aquecido, apesar da forte desaceleração da
atividade registrada no ano passado e primeiro trimestre deste ano.
Ontem,
durante o seminário “O quebra-cabeça do emprego no Brasil”, promovido pelo
Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, Goldfajn disse que há duas
hipóteses para explicar por que a taxa de desemprego continua baixa, mesmo com
a economia em desaceleração.
O
primeiro fator é o envelhecimento da população. “Com mais gente para produzir,
a tendência é que a taxa de desemprego caia.” Nas contas de Goldfajn, a mudança
no perfil demográfico provoca uma redução de 1 ponto porcentual na taxa de
desemprego de equilíbrio, aquela que não tem impactos inflacionários.
O
segundo fator é que as empresas, diante dos elevados custos de demissão, estão
fazendo uma espécie de “poupança” de trabalhadores, esperando a reaceleração da
economia no segundo semestre deste ano. “Acredito que os dois fatores estejam
acontecendo”, disse Goldfajn. Ele calcula que a economia volte a crescer num
ritmo de 5% no segundo semestre. No ano, no entanto, por causa da baixa taxa de
crescimento do primeiro semestre, a alta do PIB será de 3,5%. As informações
são do jornal O Estado de São Paulo.
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