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s
dados do Censo Escolar 2011 mostram que a rede privada, proporcionalmente, está
menos equipada com laboratórios de informática e internet, possui tão poucas
quadras de esporte quanto a rede municipal e oferece o mesmo tanto de
bibliotecas e laboratórios de ciências que a rede estadual.
De
cada 10 colégios particulares, seis possuem laboratório de informática.
Comparando com as escolas municipais urbanas, o número sobre para sete. Na rede
estadual, 89% dos colégios oferecem acesso a computadores e, na federal, 95%
deles.
No
quesito internet, apesar dos números próximos, há menos colégios privados
(84,5%) com acesso à banda larga do que públicos. Na rede federal, o acesso
chega a 90,6% das escolas. Entre os colégios estaduais, 89,7% das escolas têm
banda larga, e, na rede municipal, 86,1%.
A
análise foi feita pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Thiago
Alves a partir dos microdados do Censo Escolar 2011, liberados há pouco mais de
um mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
“Os
números dos itens de infraestrutura desmentem o mito de que a escola privada
tem sempre melhor infraestrutura que as públicas. É preciso considerar que as
escolas privadas com infraestrutura de primeira são exceção e destinadas a uma
minoria que pode arcar com mensalidades altas”, pondera.
Alves
comenta que o item mais ausente na infraestrutura das escolas é laboratório de
ciências. De cada cinco escolas urbanas, apenas uma oferece esse ambiente
(22%). Nos colégios urbanos, a presença de laboratórios é comum a 67,7% da rede
federal, a 34,7% da rede estadual, a 32,1% das escolas privadas e a apenas 6,9%
das municipais.
DIFERENÇAS REGIONAIS
A
falta de infraestrutura adequada nas escolas privadas ocorre, principalmente,
nos Estados do Norte e Nordeste. Nas duas regiões, cerca de 69% dos
estabelecimentos de ensino oferecem acesso à internet de banda larga, enquanto
nas públicas a oferta supera os 73% em todas as redes.
Menos
da metade das escolas privadas (43%) possui laboratórios de informática no
Nordeste e, no Norte, está em 52%. Entre as públicas, a rede urbana municipal
nordestina é que oferece a menor quantidade de computadores (56,6%).
Laboratórios de ciências também estão em poucas escolas. Só existem em 17,9%
das privadas nessas regiões e em menos de 4% das municipais.
CIDADE X CAMPO
Nas
comparações dos números, Alves descarta as escolas rurais. Apesar de serem
numerosas – 71,5 mil do total de 153 mil – poucas são privadas (354). Além
disso, elas atendem menos estudantes e têm uma realidade muito específica para
serem agrupadas nas análises gerais, segundo o pesquisador.
“É preciso separar a análise da área rural da urbana.
Essas escolas são pequenas, têm poucas salas de aula e, claro, sofrem com a
falta de muitos equipamentos disponíveis nas estruturas urbanas. Por isso, é
danoso incluí-las nas comparações”, afirma.
Na
opinião do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel
Cara, a preocupação com a infraestrutura das escolas não pode se esgotar apenas
com a oferta dos insumos. “Não adianta apenas ter o insumo, é preciso
usá-lo. O importante é discutir o projeto pedagógico da escola”, diz.
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