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ientistas
acreditam que o licenciamento de uma vacina contra a Aids pode acontecer em
breve. Entre os dias 22 e 27 de julho, o pesquisador Barton Haynes, da
Universidade Duke, na Carolina do Norte, EUA, vai apresentar um relato sobre os
progressos nesse tipo de estudo, durante a conferência anual da Sociedade
Internacional da Aids.
"Conhecemos o rosto do inimigo", disse Haynes, que
até recentemente dirigiu o Centro de Imunologia para a Vacina do HIV/Aids,
consórcio de pesquisas fundado em 2005 e suspenso em junho pelo Instituto
Nacional de Saúde dos EUA. Seu objetivo era identificar e superar obstáculos
que surgem no desenvolvimento de vacinas contra o HIV.
Apesar
dos avanços, o cientista sabe que o HIV é um vírus bem mais "astuto"
do que se pensava. Ao contrário de muitos micro-organismos causadores de
doenças infecciosas, o HIV é um alvo altamente mutável, gerando continuamente
versões diferentes de si mesmo. Além disso, cepas diferentes afetam populações
distintas ao redor do mundo.
E
o vírus é especialmente pernicioso por atacar o sistema imunológico, ou seja, o
mecanismo que o corpo usa para reagir à infecção.
Em
2009, um teste clínico na Tailândia foi o primeiro a mostrar que pode ser
possível evitar a contaminação pelo HIV em humanos. Desde então, as descobertas
apontam para vacinas ainda mais poderosas usando anticorpos que combatem o
vírus.
Mas
uma série de tentativas frustradas – incluindo um teste em 2007 com uma vacina
da farmacêutica Merck que parecia tornar as pessoas mais vulneráveis à
infecção, em de protegê-las – lançou uma sombra duradoura sobre as pesquisas
nesse campo.
Numa
infeliz entrevista coletiva em 1984, a então secretária de Saúde dos EUA,
Margaret Heckler, previu precipitadamente que uma vacina eficaz contra a Aids
estaria disponível em dois anos.
Graças
a medicamentos capazes de controlar o vírus durante décadas, a Aids não é mais
uma sentença de morte. As novas infecções caíram 21% desde o auge da pandemia,
em 1997, e avanços na prevenção – por meio de programas voluntários de
circuncisão, prevenção da transmissão vertical (de mãe para filho) e tratamento
precoce – prometem reduzir ainda mais a incidência.
Ainda
assim, estima-se que haja até 34 milhões de soropositivos no mundo. E, com 2,7
milhões de casos só em 2010, especialistas dizem que a vacina continua sendo a
maior esperança de erradicação da doença.
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