A. Aguiló
Dar exemplo, dedicar tempo, rezar… a transmissão da fé aos filhos é uma tarefa
que exige empenho.
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se busca educar na fé, não se deve separar a semente da doutrina da semente da
piedade; é preciso unir o conhecimento com a virtude, a inteligência com os
afetos. Neste campo, mais que em muitos outros, os pais e educadores devem
cuidar do crescimento harmonioso dos filhos. Não bastam umas quantas práticas
de piedade com um verniz de doutrina, nem uma doutrina que fortaleça a
convicção de dar o culto devido a Deus, de tratar-lhe, de viver as exigências
da mensagem cristã, de fazer apostolado. É preciso que a doutrina se faça vida,
que resulte em determinações, que não seja algo desligado do dia a dia, que se
converta em compromisso, que leve a amar Cristo e os demais.
Elemento
insubstituível da educação é o exemplo concreto, o testemunho vivo dos pais:
rezar com os filhos (ao levantar-se, ao deitar-se, ao abençoar os alimentos);
dar a devida importância ao papel da fé no lar (prevendo a participação na
Santa Missa durante as férias ou procurando lugares sadios – que não sejam
dispersivos – para distrair-se); ensinar de forma natural a defender e
transmitir sua fé, a difundir o amor a Jesus. “Assim, os pais infundem
profundamente, no coração de seus filhos, deixando marcas que os acontecimentos
posteriores da vida não conseguirão apagar”.
É
necessário dedicar tempo aos filhos: o tempo é vida, e a vida – a de Cristo que
vive no cristão – é o melhor que se lhes pode dar. Passear, organizar
excursões, falar de suas preocupações, de seus conflitos. Na transmissão da fé,
é preciso, sobretudo, “estar e rezar”; e se nos equivocarmos, pediremos perdão.
Por outro lado, experimentar o perdão, o qual o leva a sentir que o amor que se
lhes tem é incondicional.
Assista
também: "O poder da Benção", com o saudoso padre Léo
Explica
Bento XVI que os mais jovens, “desde que são pequenos, têm necessidade de Deus
e capacidade de perceber Sua grandeza; sabem apreciar o valor da oração e dos
ritos, assim como intuir a diferença entre o bem e o mal, acompanhando-os,
portanto, na fé, desde a idade mais tenra”. Conseguir nos filhos a unidade no
que se crê e o que se vive é um desafio que deve enfrentar evitando a
improvisação, e com certa mentalidade profissional.
A
educação na fé deve ser equilibrada e sistemática. Trata-se de transmitir uma
mensagem de salvação, que afeta toda a pessoa e deve enraizar-se na cabeça e no
coração de quem a recebe, ou seja, entre os quais mais queremos. Está em jogo a
amizade que os filhos tenham com Jesus Cristo, tarefa que merece os melhores
esforços. Deus conta com nosso interesse por fazer-lhes acessível à doutrina,
para dar-lhes Sua graça e fixar-se em suas almas; por isso, o modo de comunicar
não é algo acrescentado ou secundário à transmissão da fé, mas que pertence à
sua dinâmica.
Para
ser um bom médico não é suficiente atender os pacientes: há de estudar, ler,
refletir, perguntar, investigar, assistir a congressos. Para sermos pais, temos
de dedicar tempo e nos examinarmos sobre como melhorar no próprio trabalho
educativo. Em nossa vida familiar saber é importante; o saber fazer é
imprescindível e o querer fazer é determinante. Pode não ser fácil, porém
convém sempre tirar alguns minutos do dia, ou umas horas nos períodos de
férias, para dedicá-los à própria formação pedagógica.
Não
faltam recursos que possam ajudar a este perfeccionismo: abundam os livros,
vídeos e portais da internet bem orientados, nos quais os pais encontram idéias
para educar melhor. Ademais, são especialmente eficazes os cursos de Orientação
Familiar, que não só transmitem conhecimento ou técnicas, mas ajudam a
percorrer o caminho da educação dos filhos e o da melhoria pessoal, matrimonial
e familiar.
Conhecer
com mais clareza as características próprias da idade dos filhos, assim como o
ambiente no qual se movem seus iguais, forma parte do interesse normal por
saber o que pensam, o que os move, o que os põe em dúvida. Em ultima análise,
permita-se conhecê-los e isso facilitará educá-los de um modo mais consciente e
responsável.
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