A
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filosofia da religião consiste no estudo
filosófico dos conceitos e afirmações religiosas. Apesar da enorme quantidade
de religiões com diferentes cultos, mitos e práticas. As religiões mais abordadas hoje em dia são
as ocidentais - judaísmo, cristianismo e islamismo – pelo fato de que estas
fornecem-nos visões complexas acerca do modo como o mundo e o Universo se
comportam, em oposição com o que se passa nas religiões orientais – budismo,
hinduísmo – que se preocupam mais com as formas de conduta e de viver. O fundamental, independentemente da religião
de cada um, é saber se a visão religiosa do Universo é ou não verdadeira. Comum às religiões ocidentais é a crença na
existência de Deus. Deus é caracterizado como uma pessoa sem forma e imortal,
moralmente perfeita, que é toda poderosa (omnipotente), que sabe tudo
(omnisciente) e que está em todo o lado (omnipresente). Diz-se que este Deus é teísta, sendo teísmo a
crença na sua existência.
Existem
alguns paradoxos relativamente à coerência do conceito da existência de Deus. O
culto a Deus é geralmente realizados em locais ditos sagrados, como igrejas,
mesquitas ou templos. Mas se Deus é omnipresente, porque são estas rezas
realizadas em lugares específicos?
Outro
fato que nos suscita curiosidade é o de se deus é omnipotente e omnipresente
porque razão ajuda tudo e todos a qualquer altura e a qualquer momento? E se é omnisciente, então sabe tudo. E se
sabe tudo, então sabe o que vamos fazer. Mas se sabe o que vamos fazer, todas
as nossas ações já estão predestinadas. Logo, é-nos retirado o poder de escolha
e decisão. E sem esse poder, não somos livres. A existência de Deus é, então,
compatível com a liberdade?
Todas
estas questões irão ser abordadas neste trabalho de modo racional, apresentando
opiniões bem fundamentadas.
As
Religiões ocidentais e orientais
BUDISMO
O
budismo formou-se no Nordeste da Índia num período em que existiam várias
alterações econômicas, sociais e políticas nesta região do mundo.
Esta
religião baseia-se nos valores morais de Siddhartha Gautama ou Buda histórico.
Hoje
o budismo encontra-se em quase todos os países do mundo e conta com cerca de
376 milhões de seguidores.
Para
seguir a religião budista há que respeitar certos ensinamentos básicos como
evitar fazer o mal, fazer sempre o bem e cultivar a própria mente. A moral
budista é baseada nos princípios de preservação da vida e moderação, ou seja, o
treino mental foca a moralidade, a concentração meditativa e a sabedoria.
CRISTIANISMO
O
Cristianismo é uma religião monoteísta, ou seja, os crentes acreditam numa só
divindade e é baseado na crença em Jesus Cristo, que é a figura central desta
religião. Os cristãos acreditam que Jesus é filho de Deus e que veio a Terra para
libertar os seres humanos do pecado através da sua morte na cruz e da sua
ressurreição, 3 dias depois da morte. O Cristianismo diferencia-se das
restantes religiões por anunciar a salvação pela mediação redentora de Cristo.
Para
a maioria dos cristãos, Jesus, é um ser humano, completamente divino. O
cristianismo também é baseado em valores morais de Jesus, entre os quais o amor
a Deus e ao próximo. Os cristãos acreditam que Jesus é a salvação e julgam que precisam
cumprir certas obras para obter a salvação e a vida eterna. Dando um exemplo,
normalmente quando uma pessoa está numa situação de aperto tem logo a tendência
para implorar a Jesus que a salve.
A
“visão” que os cristãos têm sobre a vida depois da morte é, de uma maneira
geral, a crença no céu e no inferno. Os cristãos acreditam que depois da morte,
as pessoas vão para o céu ou inferno conforme os pecados que cometem em vida.
HEBRAÍSMO
Javé,
o deus único do Universo, estabeleceu uma aliança com um povo, os Hebreus.
Libertou-os da escravidão em que tinham caído, dotou-os duma lei e deu-lhes uma
terra para habitarem. Esta relação com o próprio deus constitui a essência do
Hebraísmo.
Os
hebreus são um povo nômade de origem semita, como os árabes. Por volta do séc.
XVIII a.C., deslocaram-se da Mesopotâmia para o Egipto, onde viveram sujeitos
ao rígido sistema de economia centralizada do Reino Egípcio. Entre 1250 e 1200
a.C., conseguiram escapar ao domínio egípcio, emigrando para a Palestina, terra
que, segundo a tradição, Deus teria concedido como domínio aos hebreus. Os
hebreus consideram-se, na verdade, o Povo Eleito de Deus, e a terra da
Palestina o sinal tangível da sua aliança com Deus. Essa é mesmo a
característica do Hebraísmo: basear-se não num profeta ou num salvador, mas num
povo e na terra que Deus lhe prometeu.
A
religião hebraica está marcada por um claro monoteísmo e em constante contraste
e polemica contra as crenças de outras populações circundantes de Canaã, que envolvem
o culto de vários deuses. O Hebraísmo tem uma característica particular, é uma
religião monolática, ou seja, apesar de apenas praticar culto a um só Deus,
admitem que outros povos possam ter os seus Deuses particulares.
É,
portanto, uma religião mais “aberta” que as restantes por admitir tal fato.
CRISTIANISMO -
HEBRAÍSMO
.
Religiões monoteístas – prestam culto a um só deus.
.
Jesus – judeu nascido na Palestina, a terra sagrada dos judeus.
.
Foi por alguns aclamado “O Messias”, esperado pelos hebreus
.
Abrão, Isaac e Job, os fundadores do povo hebraico eram simples pastores, tal
como Jesus Cristo.
.
As formas de culto destas religiões são idênticas.
.
Ambas as religiões se baseiam nos ensinamentos de um Deus único.
HINDUÍSMO
Teve
origem na expressão religiosa mais antiga conhecida por Vedismo (a religião do
Veda). Os Vedas datam do início da civilização indiana e chegaram até hoje
durante um período de 10000 anos há mais de cinco milênios.
Cerca
de 13,7% da população é Hindu. A maior parte dos seguidores encontra-se na
Índia.
O
Hinduísmo remonta a mais de 3500 anos na bacia do Indu.
Está
fundamentada nos 4 livros dos Vedas (conhecimento), coleção dos textos sagrados
compostos de hinos e rites - Rgveda, Samaveda, Yajurveda e Artharvaveda.
Os
Vedas contêm verdades eternas e a ordem que rege os seres e as coisas
organizando-as em castas. Cada casta possui os seus próprios direitos e deveres
espirituais e sociais. A posição do Homem é definida pelo Karma acumulando em
vidas anteriores.
A
casta (classe social) á qual pertence cada individuo indica o seu lugar
espiritual.
O
objetivo de cada pessoa é atingir o moksa, (libertação ou iluminação) a sua
sabedoria do conhecimento de si e do Universo.
NÃO – AGRESSÃO
A
NÃO – AGRESSÃO é um conceito relacionado com a necessidade de sobrevivência de
ser humano com dignidade. Esta é a base integrante.
SANATANA DHARMA
Velha
forma de orientação de todas as atividades para o bem da sociedade e para
alcançar o divino. Muitas das formas do Dharma remontam a antigas civilizações
do subcontinente existentes desde 2500 a.C. ou mesmo anteriormente. Algumas
foram trazidas do sul da Rússia. Outras são práticas de devoção desenvolvidas
durante o século 7 d.C.
RELIGIÃO E FILOSOFIA
TRANSCENDÊNCIA
A
religião pode ser definida como um conjunto de crenças e práticas, relativas a
certos sentimentos manifestados perante o divino por uma dada comunidade de
crentes, obrigando-os a agir segundo uma lei divina para puderem ser salvos,
libertos ou atingirem a perfeição. Cada religião defende um conjunto de valores
cuja validade pretende ser universal.
Toda
e cada experiência religiosa apresenta-se como uma ligação profunda e
envolvente do homem com o sagrado. Sempre que o homem entra em contacto com o
sagrado (o divino, o transcendente) estamos perante um tipo particular de
experiência religiosa.
SAGRADO E PROFANO
Todas
as religiões assentam no pressuposto de que existem duas dimensões do real: a
sagrada e a profana.
A
sagrada define-se por oposição à profana, e corresponde a uma realidade que é
assumida como perfeita, divina e dotada de poderes superiores aos humanos,
suscitando no homem respeito, medo e reverência.
A
profana identifica-se com o mundo em que vivemos, sendo apontada como banal e
vista inferior em relação à sagrada (Profano, do latim pro “diante de” e fanum “espaço
sagrado”).
Em
cada religião o transcendente expressa-se
sob diversas formas e assume diversas figuras: Deus, deuses, anjos,
espíritos, etc.
MORAL RELIGIOSA
As
comunidades religiosas são igualmente comunidades morais, isto é, os seus
membros partilham as mesmas normas de conduta, assumem os mesmos modelos de
vida e evitam praticar aquilo que a religião condena. A salvação individual ou coletiva está
dependente do cumprimento da lei divina. A moral é outro aspecto revelador da
influência social da religião, nomeadamente como um poderoso meio de controlo
social através da difusão das suas normas de conduta moral.
Religião
e Sociedade
As
principais religiões estão profundamente ligadas à sociedades onde estão
implantadas.
Em
algumas sociedades, a religião assume tais proporções que o Estado se tornou a
expressão direta da própria religião dominante, como acontece no Irão. Os
chefes religiosos são também chefes políticos (Estado teocrático).
Apesar
da crescente des-sacralização, a influência social da religião continua a ser
enorme. Os acontecimentos religiosos são frequentemente assumidos como
acontecimentos sociais. Dois exemplos:
-
Ao longo do ano podemos observar como os momentos de descanso ou de festa estão
ligados a dias que assinalam acontecimentos de natureza religiosa (Domingo,
Natal, Carnaval, Páscoa e outros dias feriados).
-
Os momentos marcantes da vida das pessoas, como o nascimento, o batismo, o casamento
ou a morte, continuam a ser assinalados por cerimônias religiosas.
RELIGIOSIDADE
POPULAR
As
grandes religiões são quase sempre percorridas
por duas correntes religiosas: a "oficial" e a
"popular".
A
"oficial” está ligada aos sacerdotes. Caracteriza-se por uma elevada
racionalização das crenças e ritos religiosos, transformando-as num corpo
doutrinal muito intelectualizado, depurado de outras tradições religiosas.
Apresenta-se quase sempre numa linguagem abstrata e universal. O divino
apresenta-se enquadrado numa estrutura teórica muito complexa. O comum dos
crentes raramente compreende ou sente a religião desta forma. A obra de grandes
teóricos dos cristianismo, como Agostinho de Hipona ou Tomás de Aquino são
exemplos desta corrente.
A
corrente "popular" está ligada à forma como a maioria das pessoas
encara a religião: a emoção sobrepõe-se à razão. O vivido ao pensado. O desvio
da norma oficial é por vezes total. Caracteriza-se por uma visão espontânea,
emotiva e concreta da religião. Esta religiosidade popular é herdeira de
tradições ancestrais e podemos encontrar na mesma crença e ritos de antigas
religiões há muito desaparecidos. O crente não sente qualquer incoerência em
acreditar, por exemplo, no cristianismo e em praticar também rituais de origem
pagã. Na religiosidade popular em Portugal podemos encontrar inúmeros exemplos
deste sincretismo milenar.
Estas
manifestações populares de religiosidade atribuem uma grande importância a tudo
o que pode ser visto, tocado ou sentido diretamente. O crente procura sentir de
forma muito viva o contacto com o divino e obter um testemunho concreto deste
contacto. É por esta razão que nela se apela a tudo o que é de natureza física,
como os gestos e se recorre a práticas mágicas, feitiços, exorcismos, sacrifícios,
peregrinações, etc. que envolvem de forma marcante quer os crentes quer os
sacerdotes; usa e abusa-se de objetos de culto como mezinhas, imagens de
santos, virgens, estátuas, medalhas, etc, para se obter isto ou aquilo, ou
simplesmente para se testemunhar que se esteve neste ou naquele local sagrado.
As
relações com o divino são quase sempre, neste caso, relações de troca: O crente
promete fazer uma oferta (promessa, voto) caso o divino lhe dê o lhe pede. Uma
vez recebida à dádiva, o crente vê-se obrigado a efetuar o pagamento.
TOLERÂNCIA
As
sociedades ocidentais em particular as europeias, vivem um período único de
tolerância religiosa. O comum dos cidadãos encara hoje a religião como um
assunto que diz respeito apenas à consciência de cada um. Assunto que qualquer
Estado deve abster-se de intervir.
Na
Europa, as religiões tradicionais coexistem pacificamente com aquelas que
durante séculos consideraram suas inimigas, pondo fim desta forma a guerras que
devastaram países inteiros. Não nos referimos apenas às lutas entre cristãos e
muçulmanos, mas também às que opuseram as diferentes igrejas cristãs.
Recorde-se que ainda em meados do século XX, milhões de pessoas foram
exterminadas na Europa por motivos alegadamente religiosos.
Esta
coexistência pacifica é uma inovação na história do mundo ocidental. As
diferentes confissões religiosas parecem ter deixado de usar a força para
afirmarem as suas convicções e confiam agora no poder da palavra. Esta mudança
é interpretada por muitos como o resultado de uma quebra nas convicções
religiosas no Ocidente. A maioria inclina-se, todavia, a pensar que a mesma se
deve ao resultado de uma aprendizagem social: a de que existem valores que
devem ser preservados na convivência social, como a liberdade e a vida.
O
que acontece no mundo ocidental, parece não ter correspondência na maior parte
do mundo. Em países como a China, continuam as perseguições por motivos
religiosos. Em diversas partes do mundo, em particular no continente africano,
as diferenças religiosas são frequentemente evocadas para justificar, por
exemplo, genocídios.
Uma
das situações mais preocupantes é a do mundo islâmico. Nas últimas décadas
temos assistido aqui à emergência de movimentos religiosos caracterizados pelo
fanatismo dos seus líderes. Estes acreditam sem hesitações que possuem a
verdade absoluta e manifestam-se dispostos usar todos os meios para a imporem.
Desde finais dos ano 70 do século XIX, vários líderes religiosos lançaram à
escala global uma "guerra santa" (djihad islâmica) para matarem, de
forma indiscriminada, o maior número possível de infiéis. Muitos destes
fanáticos religiosos aproveitam-se da liberdade religiosa existente nos países
ocidentais para espalharem a morte. Um exemplo desta ação foram os atentados de
11 de Setembro de 2001, nos EUA. A liberdade religiosa é impossível? Ao contrário do que muitos pretendem fazer
crer, estes atos não são do foro religioso, mesmo que a religião esteja a ser
evocada para os legitimar. Não estamos perante nenhuma guerra entre religiões.
Tratam-se de crimes contra a humanidade e como tal devem ser assumidos.
Em
suma, podemos dizer que a tolerância religiosa é algo característico dos países
ocidentais e continua a estar longe de ser uma realidade mundial.
“A
tolerância pode pressupor, gratuitamente, que a fé da pessoa de quem falamos é
inferior à nossa, enquanto que o amor nos ensina a ter com a fé do próximo o
mesmo respeito que temos com a nossa - na qual reconhecemos também
imperfeições. Ora, se somos imperfeitos, a religião, tal como a concebemos,
também é imperfeita. E se todas as concepções religiosas que representam os
homens são imperfeitas, não podemos levantar condições de inferioridade ou
superioridade de uma com relação à outra. Aí a questão se coloca: porque tantas
fés diferentes? Qual a interpretação que devemos aceitar como verdadeira? Cada
razão tem seu próprio ponto de vista. Daí a necessidade da tolerância, que não
é indiferença com sua própria fé, mas um amor mais puro e mais inteligente para
com essa fé. Todas as fés constituem revelações da Verdade. O respeito que
experimentamos por outras fés não deve impedir de ver os defeitos; a tolerância
não prejudica a distinção entre o bem e o mal, entre o que é justo e o que é
falso. Devemos sempre estar conscientes dos defeitos de nossa própria fé e,
entretanto, não abandoná-la por isto, mas tentar triunfar sobre os defeitos. Se
considerarmos sem parcialidade todas as religiões, não hesitaremos em
misturá-las à nossa, nas suas características desejáveis, e, mais nos
estimaremos por ter cumprido esse dever.” - Mahatma Ghandi.
FINITUDE E O
EXISTENCIALISMO
O
homem vive diariamente a sua vida, tenta possuir o controlo total de todas as
suas ações, precisa de tranquilidade e paz para viver bem consigo mesmo. No
entanto, quando o Homem perde a sua paz de espírito precisa de se “agarrar” a
algo, precisa de acreditar que vai ser recompensado pelo que faz e que o seu
Deus o irá ajudar a ultrapassar as suas dificuldades. É neste momento que o
Homem se vê confrontado com a sua finitude.
A RELIGIÃO POSSUI 3
CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS:
1)
Bipolarização poder humano/poder sobre-humano.
2)
Procura-se estabelecer ligações entre dois polos.
3)
As ligações remetem para uma atitude assente na fé.
A
crença religiosa pressupõe que se aceitem todos os dogmas de uma doutrina sem
que se questione a sua imutabilidade.
Através
da religião tenta-se explicar os fenômenos climáticos, geológicos, etc, como
uma manifestação de Deus acreditando que este está a exprimir os seus
sentimentos de fúria para com os simples mortais através da sua justiça
inexorável.
Os
crentes aceitam a morte como uma decisão de Deus recusando ajuda médica ou
qualquer tipo de tratamento porque acreditam que se Deus ainda os quiser, eles
salvar-se-ão. Em oposição ao Divino encontra-se o Demoníaco personificado pelo
Diabo. O Diabo oferece sentimentos horríveis a quem o aceitar assegurando uma
felicidade apenas passageira.
RAZÃO E FÉ
Os
discursos racionais e religiosos opõem-se um ao outro. No discurso racional, a
argumentação está sempre sujeita a crítica ou discussão. Não aceita quaisquer
dogmas, muito pelo contrário, critica-os ativamente podendo depois de uma
reflexão, cada indivíduo aceitar ou recusar o argumento apresentado desde que este
tenha lógica. Ambos os argumentos podem ter lógica, pelo que é comum o
indivíduo que rejeita ou aceita um deles compreender a opinião contrária.
Por
outro lado, o discurso religioso pressupõe que os indivíduos se entreguem
completamente ao seu(s) Deus(es). Os crentes não questionam quaisquer dogmas
(verdades inquestionáveis) da sua religião. Aceitam-nas cegamente
independentemente de qualquer explicação racional. Estes tipos de pessoas
precisam acreditar em algo que as faça sentir seguras e onde possam depositar
total confiança.
SENTIDO DA VIDA
Muitos
de nós, simples cidadão comuns, costumamos refletir sobre a nossa razão de
viver, porque é que nascemos, qual o nosso propósito para ter sido abençoados
com uma oportunidade de viver.
Estas
pequenas reflexões devem-se ao simples fato de que o Homem, em geral, é um ser
frágil, débil que apenas nota a sua fraqueza quando atravessa momentos de dor,
angústia, desespero, etc. Por outro lado, o ser humano é o único animal dotado
de inteligência pelo que consegue passar por estes momentos de reflexão. O ser
humano sente que tem plena finitude e é isso que o leva a questionar o sentido
da vida.
A
grande condicionante que leva o Homem a questionar o sentido da existência é o
de não criar objetivos, fins, intuitos, metas que, ao concretizá-las, o faça
sentir-se bem consigo próprio.
No
entanto, ao aperceber-se do que se está a suceder consigo mesmo pela associação
de tudo o que lhe acontece, o Homem encontra o sentido da vida.
Em
suma, tudo na vida tem sentido, ao contrário do que nos parece, pois o Homem
não consegue descodificar tudo o que lhe acontece, entrando muitas vezes em
desorientação.
A
procura pelo sentido da vida tem de partir da vontade própria do Homem, as
coisas têm de fazer sentido ao próprio indivíduo e não ao outros. Esta procura
pelo sentido da vida faz com que cada um seja uma pessoa diferente. Há quem
defenda que é o próprio Homem que dá sentido à sua vida e há quem diga que é na
religião que encontramos o sentido da vida. A decisão por uma das teorias faz
com que existam os ateus e os crentes.
Existe
ainda outro tipo de pessoas para o qual a vida não faz sentido (apenas porque
não delimitam objetivos na sua vida). Estas pessoas são muitas vezes
influenciadas pelo meio em que vivem, pelo mundo injusto em que vivemos, por
todo o mal que nos acontece. O destino final destas pessoas acaba por ser, na
maior parte das vezes o suicídio, o que demonstra o quão importante é achar o
sentido da vida.
Outro
tipo de pessoas julga serem elas que dão sentido à vida. Atribuem todo o
sucesso que alcançam, tanto a nível pessoal como profissional, aos seus atos.
Estas pessoas pensam desta maneira, pois acreditam na liberdade como sendo um
valor do qual todos usufruem.
Por
último, há pessoas que acreditam serem meros servos de um ser superior dotado
de uma justiça inexorável. Se fizerem o bem, serão recompensados, mas, se pelo
contrário, praticarem o mal, serão severamente castigados por Deus.
Deus
é, portanto, a âncora destas pessoas, é Ele que lhes dá fulgor para viver.
Apesar
de todo o mal que acontece no mundo, os crentes afirmam que se isto sucede é
porque o homem não usou da melhor forma a liberdade que Deus lhe deu. Para os
crentes, Deus criou um mundo perfeito arruinado pelos atos irresponsáveis dos
homens. Contudo, são geralmente os mais infortunados que acreditam mais num ser
superior, pelo fato de que acreditam na salvação e eternidade. A maior parte
dos crentes julga que a vida em terra tem menos significado do que depois da
morte, e é isto que os faz continuar a viver.
Em
conclusão, o Homem pode encontrar o sentido da vida de diferentes maneiras.
Nenhuma delas está errada porque não há uma certa. Basta se sentir bem consigo
próprio e acreditando no que faz e pratica para poder viver da melhor maneira
possível.
EXISTÊNCIA DE DEUS
É
racional acreditar na existência do Deus padrão? Poderá apresentar-se uma boa
razão ou um argumento irresistível a favor da sua existência? Alguns teístas
dizem que não e baseiam a sua crença na fé, ou seja, acreditam nos dogmas existentes,
sem os questionar. Outros, pelo contrário, pensam que se podem construir
argumentos para provar que o Deus padrão existe.
De
fato, muitas espécies de razões foram apresentadas para acreditar em Deus.
Algumas razões são facilmente classificadas de insatisfatórias. Por exemplo, o
argumento de que Deus deve existir porque em quase todas as sociedades as
pessoas acreditam nele. A aceitação de uma crença por uma ou mais sociedades
não é, decerto, uma boa razão para a aceitar. Muitas crenças falsas são, ou
foram, quase universais (por exemplo, a de que a Terra é plana). Mais ainda,
apesar de a crença num deus ou noutro ser quase universal, não há um deus em
que a maioria das pessoas acredite. Como poderia, por exemplo, o facto de
algumas pessoas acreditarem num deus crocodilo justificar a crença no Deus
cristão?
FALTA DE RAZÕES
PARA ACREDITAR NO CONTRÁRIO
Alguns
crentes, notando que os agnósticos afirmam que não podemos provar que Deus não
existe, seguem outra via. Argumentam que se não podemos provar que Deus não
existe, então eles estão podem acreditar que ele existe. Mas os ateus podem
contra-argumentar. Mostrando que os agnósticos também afirmam que nós não
podemos provar que Deus existe. Logo, se não podemos provar que Deus existe,
estamos podemos igualmente acreditar que ele não existe. Um método de
raciocínio que nos permite "provar" ambos os lados de uma disputa,
não prova nenhum. A ausência de prova do contrário não é uma boa razão para
acreditar em alguma coisa.
ARGUMENTOS
COSMOLÓGICOS
Vários
argumentos estreitamente relacionados com a existência de Deus baseiam-se na
aparente necessidade de o Universo como um todo ter uma causa. Parecem existir
três possibilidades. Ou o universo começou a existir por si só ou existiu desde
sempre ou, então, foi trazido para a existência por alguma força superior ou
ser extremamente poderoso. Geralmente, aqueles que acreditam em Deus acham
incrível que o universo possa ter chegado à existência apenas por si mesmo e
igualmente incrível que ele possa ter já existido durante uma quantidade
infinita de tempo. Acreditam que um ser extremamente poderoso, Deus, o deve ter
criado. Esta é uma das razões que as pessoas dão com mais frequência para
acreditar em Deus.
Os
argumentos que tentam provar que deve haver um Deus porque deve haver um
criador do universo, são chamados de provas cosmológicas da existência de Deus.
Em geral são argumentos que tentam provar que tem de haver uma "primeira
causa" de todo o universo ― nomeadamente, Deus.
De
acordo com o filósofo Immanuel Kant, a existência de Deus e os conceitos de
liberdade e imortalidade não podem ser afirmados ou negados no campo teórico,
nem podem ser cientificamente demonstrados.
DIMENSÃO PESSOAL E SOCIAL
DIMENSÃO PESSOAL
A
religião é muito difícil de definir, por vários fatores. É algo incorpóreo,
pelo que é muito difícil explicá-la e defini-la através de conceitos racionais
e palpáveis. Por outro lado, cada religião tem as suas próprias
características. Há religiões que possuem vários deuses, outras em que os
deuses tomam forma incorporando objetos, etc. Tudo isto leva-nos a falar de
religiões, e não apenas de religião.
Outro ponto que é fundamental referir, é o de
que a maior parte das pessoas que tentam descrever a religião são filósofos ou
estudiosos que, de uma maneira geral, têm de ser como jornalistas, possuindo isenção
de todos os fatos de maneira a produzir um discurso sem dualidade de critérios.
Esta pequena condicionante leva a que a maior parte dos filósofos não acreditem
em Deus.
Então,
como é possível descrever alguma coisa em que não acreditemos?
Concluímos,
portanto que é muito complicado descrever e abordar esta temática o que aumenta
o grau de dificuldade na execução deste trabalho.
Posto
isto, há que distinguir vivência religiosa que se liga à dimensão pessoal de fenômenos
religiosos que se referem à dimensão social da religião.
A
vivência da religião é muito subjetiva, dependendo de pessoa para pessoa, pois
tratam-se de diferentes maneiras dos crentes se ligarem à religião. No entanto
é possível destacar alguns aspectos da experiência religiosa:
ATITUDE AFECTIVA
O
Homem estabelece uma relação de maior afetividade com o/os seu/s Deus/es do que
propriamente uma relação de racionalidade para com este. Cria uma atitude de
emoção que o fascina ou aterroriza com base na prática de boas ou más ações.
SAGRADO E PROFANO
Como
já foi referido, o Homem mantém uma relação de emoção e racionalidade face à
religião o que leva à admissão da existência de dois domínios bipolares. O
sagrado e o profano.
O
profano diz respeito às realidades temporais susceptíveis de serem apreendidas
pelos sentidos ou razão. É o lado humano da religião. O Sagrado diz respeito à
intemporalidade, escapando às formas de conhecimento. É o lado divino da
religião.
CRENÇA NA
REVELAÇÃO
Como
já foi dito neste trabalho, tudo o que acontece na nossa vida tem um
significado, e o que nós fazemos dela, tem como base uma interpretação dos
sinais que nos são dados. Os crentes na religião interpretam os sinais que lhes
são dados como um chamamento de Deus para o mundo do Sagrado e do Profano.
UNIÃO AO SAGRADO
O
Homem une-se ao sagrado através do culto, que é uma forma de estar junto de
Deus. É através do culto que se sente protegido de todo o mal e onde comunica
com Deus falando-Lhe de todas as suas angústias e dissabores com a finalidade
de encontrar uma explicação e sentido para estas.
DIMENSÃO SOCIAL
A
religião tem, como já vimos, uma dimensão muito pessoal que é complementada com
uma dimensão social.
A
dimensão social é a exteriorização das manifestações de uma comunidade
religiosa.
O
ritual religioso é a forma encontrada por estas comunidades para manifestar
publicamente a sua religião. Desde o batizado e casamento até às peregrinações,
e cânticos, o intuito final do Homem é o de fazer com que Deus fique contente
com ele.
Estas
comunidades possuem características comuns, das quais iremos destacar as que
consideramos serem as mais importantes.
FILOSOFIA DE VIDA
As
pessoas da mesma religião partilham ideias semelhantes que constituem uma forma
de se situarem no mundo e compreenderem os problemas que lhe fazem frente.
VALORES MORAIS
Em
todas as religiões existe um código moral que regula as boas atitudes e
condutas dos seus seguidores, como por exemplo, os Dez Mandamentos, na religião
Cristã. É através destes códigos que se ensinam as gerações religiosas.
COMUNICAÇÃO
As
pessoas estabelecem fortes ligações entre elas através do culto que prestam ao
seu(s) Deus(es), pois comungam os mesmo princípios e ideias, “reconhecendo-se a
si própria pela outra pessoa que está do
seu lado”.
INSTITUIÇÃO
As
instituições conferem a estabilidade necessária para as religiões se manterem
com relativa firmeza. As igrejas, mesquitas ou templos, são os locais mais
comuns onde se estabelecem hierarquias e se delimitam aspectos que orientam
cada comunidade.
A
partilha de experiências, encontros, celebrações e participação em
acontecimentos religiosos nestas instituições contribuem para a coesão social e
identidade do grupo.
CONCLUSÃO
No
âmbito da realização deste trabalho, começamos por nos questionar sobre as diversas
religiões existentes no mundo. Concluímos que, em contraste com as religiões
orientais, as religiões ocidentais tendem a ser monoteístas, possuem uma maior
tolerância religiosa, e são mais “pacíficas”, coexistindo com outras religiões.
Relativamente
aos valores religiosos e à religião em si, depressa nos apercebemos de que esta
temática não é fácil de abordar. A religião é muito complexa e difícil de
definir. Não a podemos explicar racionalmente, recorrendo a conceitos
palpáveis, porque cada religião tem determinadas características. Há aquelas
que prestam cultos a vários deuses e aquelas em que os deuses tomam a forma de
objetos. Isto fez com que não abordássemos uma religião específica, mas sim
várias religiões.
No
que diz respeito ao plano social, concluímos que as principais religiões estão
profundamente ligadas às sociedades onde estão implantadas e que, apesar da
crescente des-sacralização, a influência social da religião continua a ser
enorme nos dias de hoje.
Quanto
à problemática da existência de Deus, concluímos que existem alguns paradoxos
entre agnósticos e ateus, e que existem alguns argumentos que suportam a
existência de Deus e outros que são declarados insatisfatórios.
Concluímos
também que vivência da religião é muito subjetiva, e varia de pessoa para
pessoa, pois cada um tem a sua maneira se ligar à religião e ao seu Deus. E
dependendo da religião que pratica, o crente recorre a valores morais e
filosofias de vida de acordo com aquilo que acredita. No entanto, o homem pode
encontrar o sentido da vida de diversas maneiras. Se sentir-se bem consigo
próprio, acreditar em si, no que faz e no que pratica, vive da melhor maneira possível.
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