Jornal Floripa
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nquanto
as quedas nos juros básicos e o aumento da competição entre bancos provocaram
em maio a quarta redução do ano na taxa média para pessoas físicas, o custo
para o uso do cartão de crédito permanece estável.
A
taxa para a modalidade, de 10,69% ao mês, é a maior desde junho de 2000
(10,70%) e acumula 27 meses no mesmo nível.
Os
dados constam de levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças
(Anefac).
Para
o cartão, a entidade apura a média das taxas máximas por considerar que representam
a maioria absoluta das operações.
Todas
as outras cinco linhas ao consumidor pesquisadas pela associação caíram no mês
e registram queda no ano. A média geral está no menor nível desde 1995.
Para
os especialistas, a manutenção da taxa no rotativo do cartão de crédito reflete
menor competição no segmento.
"Você abre uma conta bancária, recebe um cartão de
crédito e você o mantém ao longo do tempo, não troca porque está mais caro ou
mais barato",
afirma o diretor-executivo da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, responsável
pela pesquisa.
A
expectativa da Anefac é que os dois fatores --queda nos juros e maior
competição no setor-- devem se acentuar e levar as taxas para níveis ainda mais
baixos.
HORA DE NEGOCIAR
Para
Myrian Lurd, planejadora financeira e professora da Fundação Getulio Vargas, os
juros para o cartão de crédito só cairão se os consumidores começarem a
negociar ou pararem de usá-lo. "Os bancos só mexeram quando se
sentiram ameaçados."
Procurada,
a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços),
afirmou iria se pronunciar porque não comenta práticas comerciais dos bancos. A
Febraban, a federação dos bancos, disse que não comenta taxas.
O
crédito para aquisição de bens, por exemplo, recuou 7% no período. Para os
economistas, a modalidade teve o maior impacto do estímulo à negociação gerado
pelos recentes anúncios de redução.
Os
juros do cheque especial caíram 1,2% no período.
A
taxa de juros para o cartão de crédito é a maior do mercado. Ela é capaz de
fazer uma dívida de R$ 1.000 chegar a R$ 3.382 em um ano.
Considerada
uma linha de fácil acesso, a modalidade é apontada como grande vilã ao bolso
dos brasileiros.
Para
evitar uso inadequado, especialistas recomendam que os consumidores não tenham
mais de um cartão de crédito e que tentem acompanhar a fatura pela internet
para pagar à vista.
Caso
a dívida já tenha sido contraída, a dica é trocá-la por uma mais barata, como o
crédito consignado.
Myrian
Lurd é até mais conservadora em sua recomendação: "Quem tem problema de fluxo
de caixa não deve usar o cartão de crédito”.
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