Natalino Ueda
Comunidade Canção Nova
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certo momento da nossa vida cristã, nos será revelada a resposta a esta
questão. Deus se revela a nós para que O conheçamos e, conhecendo-O, possamos
Lhe responder como Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt
16,16). Naquele momento, Deus-Pai revelou ao discípulo a identidade de Jesus
Cristo e isso determinou a vida e a missão do apóstolo, pois o Senhor se revela
ao homem para que este seja participante de Sua vida e de Sua ação neste mundo.
Na
profissão de fé de Pedro, revela-se o desígnio de Deus a seu respeito. Como
primeiro entre os apóstolos, ele é chamado a confirmar, na fé, os seus irmãos.
Porém, a sua vocação não se realizou por suas próprias forças. Temos uma prova
disso logo depois de Jesus dizer que sobre Pedro edificaria a Sua Igreja e lhe
entregaria as chaves do Reino dos Céus (cf. Mt 16, 18-19). O Mestre disse aos
discípulos que deveria ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, do
sumo sacerdote e dos mestres da Lei, seria morto e ressuscitaria ao terceiro
dia (cf. Mt 16,21).
Pedro,
sem pensar muito, disse: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te
aconteça!” (Mt 16,22). Tendo ouvido isso, Jesus repreende-o: “Vai para longe,
Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de
Deus, mas sim as coisas dos homens!” (Mt 16,23). Depois da linda confissão de
fé de Simão Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16), ele
demonstra que não havia entendido nada do desígnio de Deus a respeito do
sacrifício de Jesus, muito menos a respeito dele.
Isso
fica, claro, quando Jesus é preso no Monte das Oliveiras. Pedro, tentando
defender o Mestre, toma a espada e corta a orelha de um dos servos dos sumo
sacerdote (cf. Jo 18,10). Novamente, Simão é repreendido por Jesus que diz:
“Guarda a tua espada na bainha. Será que não vou beber o cálice que o Pai me
deu?” (Jo 18,11). Logo depois, Pedro seguiu Jesus e foi interrogado, por três
vezes, se ele não era um dos discípulos de Cristo. Ele negou Jesus nessas três
vezes e, como havia sido dito pelo Mestre, imediatamente o galo cantou (cf. Jo
18, 13-27).
Mesmo
depois de tudo isso, Jesus aparece para os discípulos e confirma a missão de
Pedro, perguntando-lhe, por três vezes se ele O amava. Pedro, por sua vez,
repete também por três vezes que O ama. Em resposta, por três vezes, Jesus
confirma-o dizendo: “Apascenta as minhas ovelhas”. Depois, Ele continuou
dizendo com que tipo de morte Pedro glorificaria a Deus (cf. Jo 21,15-20).
Como
compreender que Pedro, depois de tudo o que fez, decepcionado consigo mesmo,
ainda poderia realizar a missão que Jesus lhe confiou? Para responder esta
questão, nos voltamos para o acontecimento do Pentecostes. Depois, da morte,
ressurreição e ascensão de Jesus, em obediência a Ele, os apóstolos e
discípulos estavam reunidos em Jerusalém, juntamente com a Virgem Maria (cf. At
1, 14). Eles estavam unidos em oração quando receberam o Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas (cf. At 2, 4).