quinta-feira, 24 de maio de 2012

POUSA NO RIO DE JANEIRO O MAIOR AVIÃO INDUSTRIAL DO MUNDO


Aeronave Antonov 124 em solo brasileiro


N
a manhã de ontem, quarta-feira 23/5, às 8h30min, o cargueiro Antonov 124 aterrissou no Aeroporto Internacional de Cabo Frio (RJ). O gigante russo veio proveniente de Marselha, na França, trazendo três helicópteros que serão utilizados em operações offshore na bacia de Campos.

O Antonov 124 é uma aeronave raríssima de ser encontrada nas pistas de pouso brasileiras por se tratar de um dos maiores cargueiros do mundo, além de ser o maior avião já feito em escala industrial. Esta será a sexta vez que um avião desse porte será recebido no Aeroporto Internacional de Cabo Frio, atualmente operado pela Libra Aeroportos. Esse aeroporto atualmente é administrado por iniciativa privada, numa concessão da Prefeitura de Cabo Frio ao Grupo Libra que começou em 2001.

O Antonov tem capacidade para apenas 88 passageiros, custa 200 milhões de dólares, tem 69,1 m de comprimento, 73,3 m de envergadura, 20,8 m de altura e atinge velocidade máxima  de  865 km/h. Ele detém o recorde de voo mais longo: em 1987 ele decolou e voou – sem abastecer – durante 25,5 horas seguidas, percorrendo mais de 20 mil quilômetros.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

VACINAÇÃO CONTRA GRIPE TERMINA NA SEXTA-FEIRA


Ministério da Saúde orienta a população a procurar uma unidade de saúde para se proteger e, assim, evitar as formas graves da doença.

A
 campanha nacional de vacinação contra a gripe, iniciada dia 5 de maio, se encerra na próxima sexta-feira (25). A meta é vacinar 80% do público-alvo: idosos a partir dos 60 anos, trabalhadores de saúde, crianças entre seis meses e menores de dois anos, gestantes em qualquer fase da gravidez e povos indígenas. Até a manhã da segunda-feira (21), foram vacinadas 13,5 milhões de pessoas, o que representa 44,87% dos 30,1 milhões de pessoas do grupo prioritário.

“O prazo está acabando e o inverno chegando. Então, as pessoas precisam se proteger contra o vírus da gripe”, alerta a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues. A Coordenadora destaca que é importante as pessoas procurarem um posto de atendimento para tomar a vacina nesta reta final da campanha. A detecção de anticorpos protetores se dá, em média, entre 2 a 3 semanas, após a vacinação.

A vacina proporciona impacto direto na diminuição dos casos e gastos com medicamentos para tratamento de infecções secundárias, das internações hospitalares e da mortalidade. A vacina é segura e protege contra os três principais vírus que circulam no hemisfério sul no ano anterior, entre eles o da influenza A (H1N1).

A melhor adesão à campanha é das crianças. Mais de 2,2 milhões já receberam a vacina, o que representa 52,11% do total. A população indígena alcançou 33,6% de cobertura, o que representa 197,1 mil vacinados. Neste público, a vacinação ocorre nas aldeias onde eles vivem. Trata-se de uma população que habita em áreas remotas, de difícil acesso, e, por isso, os dados só são inseridos no sistema de informações depois que as equipes retornam das aldeias.

As gestantes alcançaram o percentual de 41,21% de cobertura, ou seja, 890,4 mil futuras mães procuraram uma unidade de saúde para receber a vacina. Mais de 2,4 milhões de trabalhadores em saúde foram vacinados, o que corresponde a quase 1,1 milhão de pessoas.

Já entre os idosos, o índice de cobertura vacinal foi de 44,48%. O percentual corresponde a 9,1 milhões de pessoas com 60 anos ou mais.

A região Sul conseguiu a maior adesão da população. Foram vacinados quase 2,3 milhões de pessoas, representando 51,02% de cobertura. Em sequência, a região Centro-Oeste conseguiu vacinar 983,9 mil, ou 48,94% do público-alvo. A região Nordeste, por sua vez, vacinou 3,7 milhões de pessoas, o que representa 45,58% do total. Já na região Norte, 956,1 mil foram vacinados, correspondentes a 42,37% do total. A região Sudeste atingiu o percentual de cobertura de 42,15%, ou seja, 5,5 milhões de pessoas foram vacinadas.

PROTEÇÃO - A vacina contra a gripe é a melhor estratégia disponível para a prevenção da influenza e suas consequências. Entre os adultos saudáveis, a vacina pode prevenir entre 70% e 90% de casos de gripe. Entre idosos, reduz as doenças graves e complicações em até 60%, e as mortes em 80%. A vacinação pode reduzir ainda entre 32% e 45% as hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade.

As campanhas de vacinação realizadas pelo Ministério da Saúde têm tido reflexos, ao longo dos anos, na redução de casos e óbitos pelo vírus da gripe em todo o país.  Em 2010, 148 pessoas morreram por conta de complicações. No ano passado, o Ministério da Saúde registrou 53 mortes, o que representa uma redução de 64%.

Os casos registrados também caíram de um ano para o outro. Em 2010, o Ministério da Saúde registrou 746 casos de pessoas infectadas pelo vírus na forma mais grave. Já no ano passado, foram 598 pessoas, o que dá uma redução de 20%.

As internações por complicações da gripe também caíram 44% no ano passado. Em 2010, foram hospitalizadas 9.383 pessoas com febre, tosse, dispnéia – dificuldade em respirar, acompanhada de mal-estar. No ano passado, foram 5.230 pessoas.

Balanço Parcial da Vacinação contra a Gripe 2012
UF
Total
População
Doses
Cobertura
AC
109.848
61.010
55,54
AM
575.873
226.603
39,35
AP
82.404
42.395
51,45
PA
981.169
410.799
41,87
RO
201.219
83.301
41,4
RR
103.990
28.461
27,37
TO
202.080
103.549
51,24
NORTE
2.256.583
956.118
42,37
AL
452.944
244.614
54,01
BA
2.158.077
967.633
44,84
CE
1.312.364
534.125
40,7
MA
962.715
426.660
44,32
PB
636.595
277.112
43,53
PE
1.378.653
632.777
45,9
PI
487.772
263.620
54,05
RN
484.349
245.278
50,64
SE
294.608
131.478
44,63
NORDESTE
8.168.077
3.723.297
45,58
ES
526.613
265.869
50,49
MG
3.089.288
1.600.347
51,8
RJ
2.773.591
947.539
34,16
SP
6.827.173
2.757.560
40,39
SUDESTE
13.216.665
5.571.315
42,15
PR
1.658.911
890.086
53,65
RS
1.918.791
860.318
44,84
SC
915.756
542.023
59,19
SUL
4.493.458
2.292.427
51,02
DF
322.525
152.550
47,3
GO
835.862
472.764
56,56
MS
427.023
183.317
42,93
MT
425.125
175.270
41,23
C.OESTE
2.010.535
983.901
48,94
BRASIL
30.145.318
13.527.058
44,87


Com informações de Amanda Costa, Agência Saúde, ASCOM/MS

terça-feira, 22 de maio de 2012

PÁSSARO JÁ VOOU PERCURSO SUPERIOR A DISTÂNCIA ENTRE TERRA E LUA


Pássaro B95 voou distância superior àquela entre
a Terra e a Lua e já vive mais de cem anos humanos

U
m pássaro que já viveu o equivalente a cem anos humanos e voou uma distância superior àquela entre a Terra e a Lua vem fascinando cientistas em várias partes do mundo e já inspirou uma peça de teatro, um conto literário e tem até sua própria biografia.

O B95, um maçarico-do-papo-vermelho (Calidris canutos), viaja a cada ano entre o Ártico canadense e a Terra do Fogo, na Argentina, e superou de forma significativa a expectativa de vida para a espécie, que vem sofrendo um declínio devido ao excesso de pesca nos ecossistemas do qual depende.

"Não conseguimos acreditar que ele ainda está vivo, porque é uma ave em liberdade que já enfrentou muitas situações terríveis e drásticas. Por isso, também, ele é especial e todos querem ver o B95", disse à BBC Mundo a bióloga Patricia González, que integrou a equipe que fez o anilhamento da ave em 1995, na Argentina, procedimento que permite sua identificação.

"A população de maçaricos-do-papo-vermelho (também conhecidos como seixoeiras) tem sofrido um declínio tão grande, que acreditamos ser difícil que vivam mais de sete anos", disse ela, lembrando que o B95 já tem ao menos 18 anos, o equivalente a cem anos de idade em um ser humano.

A ave acabou se transformando em um símbolo das ameaças crescentes enfrentadas pelas aves migratórias.

Um sistema internacional acordado entre todos os países das Américas permite que cientistas monitorem as aves anilhadas através do uso de telescópios nas praias ou do registro de imagens com câmeras digitais.

ROTA MIGRATÓRIA
A presença do B95 foi notada muitas vezes nos últimos anos ao longo da rota migratória. Os cientistas calculam que ele percorra 30 mil quilômetros por ano, o que multiplicado por 18 anos chegaria a 540 mil quilômetros, distância superior a que separa a Terra da Lua (384,403 km).

"A última vez que o vimos foi em dezembro passado, na Terra do Fogo", disse González. Os maçaricos-do-papo-vermelho chegam ao Ártico em junho para a reprodução. Adultos e jovens partem novamente por volta de 15 de julho.

Nem todas as aves seguem a mesma rota, mas elas costumam chegar à Terra do Fogo no fim de outubro ou início de novembro, onde permanecem, em geral, até meados de fevereiro.

Algumas delas fazem paradas no Uruguai e no Norte e Sul do Brasil, quase sempre em áreas protegidas que foram reconhecidas internacionalmente pela Rede Hemisférica de Reserva para Aves Limícolas (que habitam praias e manguezais).

"Algo muito importante que ocorre quando chegam à Terra do Fogo é a troca das penas de voo, o que requer muita energia e lhes deixa muito vulneráveis em relação a aves de rapina, como o falcão-peregrino", explicou a bióloga.

SEM PARADAS
Na volta ao Ártico, a última parada é nos Estados Unidos. Graças a novos sistemas de monitoramento, como geolocalizadores que conseguem medir a latidude e longitude da localização das aves, os cientistas recentemente descobriram que algumas aves conseguem voar da Patagônia aos Estados Unidos, ao longo de 8 mil quilômetros ou mais, sem paradas.

Em Delaware, Nova Jersey, as aves enfrentam uma de suas grandes ameaças.

"No ano 2000, a população de maçaricos-do-papo-vermelho sofreu um declínio de muito grande, de 40%", explica González.

A queda aconteceu porque, nessa região, as aves se alimentam de ovos de caranguejos-ferradura. "Devido ao excesso de pesca, começaram a sofrer com a escassez do alimento. Esta parada é muito importante, por ser a última antes do Ártico."

"Elas (as aves) precisam ganhar massa corporal e nutrientes, não só para viajar até o Ártico, mas para sobreviver uma vez que chegam lá, quando a neve ainda não derreteu e enfrentam tempestades", diz a bióloga.

INSPIRAÇÃO
O B95 já inspirou um conto que virou peça de teatro na Argentina e o escritor americano Phillip Hoose acaba de lançar um livro sobre esta extraordinária ave intitulado Um Ano ao Vento com o Grande Sobrevivente B95.

Patricia González diz que os maçaricos-do-papo-vermelho "nos mostram o que acontece com os ambientes onde param e, no dia em que estas aves desaparecerem, é porque nós também desaparecemos".

Para a bióloga argentina, aves como o B95 "não têm fronteiras e mostram que nós também não deveríamos ter fronteiras e que dependemos não somente do lugar onde vivemos, mas do resto do planeta".

segunda-feira, 21 de maio de 2012

CENSO ESCOLAR CONSTATA QUE ESCOLAS PÚBLICAS SÃO MAIS BEM EQUIPADAS QUE A REDE PRIVADA



O
s dados do Censo Escolar 2011 mostram que a rede privada, proporcionalmente, está menos equipada com laboratórios de informática e internet, possui tão poucas quadras de esporte quanto a rede municipal e oferece o mesmo tanto de bibliotecas e laboratórios de ciências que a rede estadual.

De cada 10 colégios particulares, seis possuem laboratório de informática. Comparando com as escolas municipais urbanas, o número sobre para sete. Na rede estadual, 89% dos colégios oferecem acesso a computadores e, na federal, 95% deles.

No quesito internet, apesar dos números próximos, há menos colégios privados (84,5%) com acesso à banda larga do que públicos. Na rede federal, o acesso chega a 90,6% das escolas. Entre os colégios estaduais, 89,7% das escolas têm banda larga, e, na rede municipal, 86,1%.

A análise foi feita pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Thiago Alves a partir dos microdados do Censo Escolar 2011, liberados há pouco mais de um mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Os números dos itens de infraestrutura desmentem o mito de que a escola privada tem sempre melhor infraestrutura que as públicas. É preciso considerar que as escolas privadas com infraestrutura de primeira são exceção e destinadas a uma minoria que pode arcar com mensalidades altas”, pondera.

Alves comenta que o item mais ausente na infraestrutura das escolas é laboratório de ciências. De cada cinco escolas urbanas, apenas uma oferece esse ambiente (22%). Nos colégios urbanos, a presença de laboratórios é comum a 67,7% da rede federal, a 34,7% da rede estadual, a 32,1% das escolas privadas e a apenas 6,9% das municipais.

DIFERENÇAS REGIONAIS
A falta de infraestrutura adequada nas escolas privadas ocorre, principalmente, nos Estados do Norte e Nordeste. Nas duas regiões, cerca de 69% dos estabelecimentos de ensino oferecem acesso à internet de banda larga, enquanto nas públicas a oferta supera os 73% em todas as redes.

Menos da metade das escolas privadas (43%) possui laboratórios de informática no Nordeste e, no Norte, está em 52%. Entre as públicas, a rede urbana municipal nordestina é que oferece a menor quantidade de computadores (56,6%). Laboratórios de ciências também estão em poucas escolas. Só existem em 17,9% das privadas nessas regiões e em menos de 4% das municipais.

CIDADE X CAMPO
Nas comparações dos números, Alves descarta as escolas rurais. Apesar de serem numerosas – 71,5 mil do total de 153 mil – poucas são privadas (354). Além disso, elas atendem menos estudantes e têm uma realidade muito específica para serem agrupadas nas análises gerais, segundo o pesquisador.

“É preciso separar a análise da área rural da urbana. Essas escolas são pequenas, têm poucas salas de aula e, claro, sofrem com a falta de muitos equipamentos disponíveis nas estruturas urbanas. Por isso, é danoso incluí-las nas comparações”, afirma.

Na opinião do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a preocupação com a infraestrutura das escolas não pode se esgotar apenas com a oferta dos insumos. “Não adianta apenas ter o insumo, é preciso usá-lo. O importante é discutir o projeto pedagógico da escola”, diz.

domingo, 20 de maio de 2012

GOVERNO DESCARTA GASOLINA MAIS CARA



O
 ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou a possibilidade de reajuste no preço da gasolina. Ele foi questionado por jornalistas sobre o tema ao chegar ao Ministério da Fazenda. "Não vai ter nenhum aumento", enfatizou.

Existe especulação atualmente no mercado sobre o tema por conta do valor pago pelo preço do combustível importado e da valorização do dólar, que vem acentuando a defasagem sobre os preços praticados no mercado nacional. A cotação do dólar ultrapassou os R$ 2, mas recuou no final do pregão para R$ 1,99.

Mas, por conta da crise europeia e das incertezas da economia mundial, os preços do barril do petróleo vêm caindo no mercado internacional. Durante a semana, houve baixa no fechamento dos preços do Petróleo Intermediário do Texas (-1,4%), cotado em Nova York a US$ 94,78 por barril, e do petróleo Brent (-0,61%), que fechou a US$ 111,57 no mercado de Londres, ambos para entrega em junho.

sábado, 19 de maio de 2012

RENOVAÇÃO DE CONCESSÕES PODE BARATEAR CONTA DE LUZ


Deputados querem reduzir tributos para garantir corte ainda
maior no valor das contas de energia elétrica.

O
s investimentos iniciais para construção de usinas hidrelétricas nos anos 60 e 70 já foram pagos e não devem mais compor a tarifa de energia para os consumidores. Apesar dessa mudança, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, defendeu nesta quarta-feira que os contratos com as atuais concessionárias do setor sejam renovados. Segundo ele, até hoje nenhum país substituiu por nova licitação a concessionária responsável pela operação de uma usina. “Mas a decisão final vai acabar no Congresso, porque renovação ou relicitação, a lei tem de ser adaptada”, explicou.

Inicialmente, uma usina é remunerada pelo investimento de sua construção, que é amortizado em 20 ou 30 anos, e faz parte da composição do preço da energia ali produzida. Em audiência nesta quarta-feira na Comissão de Minas e Energia, Zimmermann explicou como está sendo estudada essa renovação, que deve alcançar 20% da geração de energia no Brasil.

O impacto no setor será ainda maior, até 2017 vencem os contratos de 58 usinas geradoras, 41 distribuidoras, cerca de 30% do mercado, e mais de 80% das concessões de transmissão, mais de 73 mil quilômetros em linhas elétricas.

TRIBUTOS
Embora o presidente da comissão, deputado Simão Sessim (PP-RJ), tenha questionado qual será a economia para o consumidor, Zimmermann não quis precisar de quanto será essa redução. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê uma economia entre 3% e 12% na conta de luz com as mudanças, mas os deputados gostariam de uma redução maior. “Precisamos fazer também a redução de tributos e encargos sociais, já que o Brasil é o País que mais taxa a energia elétrica”, disse Sessim.

O deputado Weliton Prado (PT-MG) prometeu um embate duro na Câmara caso não haja garantias de que os preços serão mais baixos para o consumidor. Em Minas, segundo o deputado, 47% da conta de luz são impostos estaduais, o que torna a energia em Minas a mais cara do Brasil. Para o deputado César Halum (PSD-TO), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica e Combustíveis, por isso mesmo a discussão da queda do preço da energia deve ser levada aos governadores. “Mas não pode acontecer de novo de renovarmos dando de graça a operação das usinas amortizadas”, frisou.

CONTRATOS
Zimmermann explicou que, entre 2015 e 2017, vencem os contratos que foram refeitos nos anos 90 para essas usinas, e essa será a oportunidade para rever a composição das contas de energia. “Mas agora o importante é não remunerar o ativo amortizado, porque a sociedade já pagou nos 30 anos passados, e estamos falando do aproveitamento de um recurso, o potencial hidrelétrico, que é da União”, disse.

Dessa forma, o custo a ser levado em conta é o da operação da usina e eventuais investimentos localizados, como desgaste de equipamentos. Esse modelo, segundo ele, já é implantado atualmente com a parte de distribuição de energia, em que a Aneel faz revisões a cada 4 anos para atualizar apenas os custos e avaliar investimentos feitos durante o período. “Se há investimento não amortizado, ele é pago, mas se o ativo foi pago, então a parte de capital não é mais remunerada”, explicou.

EXPANSÃO
Zimmermann também disse que o programa de produção de energia nuclear não está abandonado. Nos próximos 12 anos será preciso dobrar a produção de energia, que atualmente está em 117 mil megawatts. “No futuro será preciso olhar para todas as opções disponíveis”, disse.

Até os anos 90, as estimativas eram de que haveria 260 mil megawatts de potencial de geração de hidrelétricas, mas hoje o ministério trabalha com o potencial de apenas 160 mil megawatts para os próximos anos. "A maior parte do potencial está na Amazônia, e os requisitos ambientais estão aumentando, por isso estudamos maneiras de gerar energia com menor impacto para o meio ambiente", disse.

Segundo ele, o uso de termoelétricas associado às hidrelétricas é essencial e uma não pode ser dissociada da outra. O Brasil tem duas opções que não têm boa aceitação pela opinião pública: as termoelétricas a energia nuclear ou a carvão vegetal. Ambas são as maiores fontes de energia no mundo.

O Brasil tem a 6ª maior reserva de urânio e abdicou de usar carvão em sua matriz para diminuir as emissões de gases do efeito estufa. “Claro que, por enquanto, temos alternativas e vamos aproveitá-las ao máximo: energia eólica, biomassa de bagaço de cana e térmicas a gás. Mas pensando em futuro não podemos deixar nenhuma fonte de fora”, defendeu.

Com informações da Agência Câmara
Reportagem - Marcello Larcher * Edição - Natalia Doederlein

sexta-feira, 18 de maio de 2012

CARAVANA CONTRA O TRABALHO INFANTIL CHEGA A ALAGOAS NA PRÓXIMA SEMANA



A
 Caravana do Nordeste tem como principal objetivo sensibilizar as autoridades, a sociedade e as famílias sobre os malefícios do trabalho infantil. Além disso, pretende comprometer todos esses atores com a eliminação do problema, contribuindo para que o Estado brasileiro alcance seu objetivo de combater, até 2016, as piores formas de trabalho infantil.

Dentro da programação da Caravana, o principal momento serão os encontros de crianças e adolescentes, bem como de representantes dos Fóruns Estaduais com as autoridades de cada um dos nove Estados Nordestinos. Em Alagoas, a Caravana será realizada no período de 21 a 25 de maio de 2012 e está sob a coordenação da Comissão Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil - CEPETI, composta por instituições governamentais e não-governamentais.

A estratégia da Caravana é dialogar com os três poderes a problemática do trabalho infantil, objetivando firmar compromissos de implementação de políticas públicas que contribuam para a prevenção e erradicação do trabalho infantil. Neste sentido, é que agenda da Caravana compreende a seguinte programação em Alagoas:

21/05/2012 - Audiência com o Poder Judiciário
Hora: 15h – Reunião com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Sebastião Costa Filho, com a Comissão Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.
Local: Gabinete da Presidência da Corte.

24/05/2012 – Audiência Pública com o governador (falta confirmação)

25/05/2012 – Sessão Pública na Assembléia Legislativa
Hora: 09h00
Local: Assembléia Legislativa

PROGRAMAÇÃO DA SESSÃO PÚBLICA  NO DIA 25/05/2012

08h30 - Recepção
A Caravana será recepcionada pelas crianças e adolescentes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e do PROJOVEM dos municípios de Maceió, Arapiraca, Marechal Deodoro, São Miguel dos Campos, Santana do Ipanema, Matriz do Camaragibe, União dos Palmares.

 9h00 – Composição da Mesa
- Representante do Ministério do Trabalho e Emprego – Guilherme de Cerqueira Madeira Campos;
- Representante do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil – FNPETI;
- Representante das crianças e adolescentes do PETI;
- Conselho Estadual dos Direitos da Criança e dos Adolescentes;
- Representante do Tribunal de Justiça;
- Representante do Ministério Público do Trabalho/ PRT 19ª Região;
- Representante do Ministério Público Estadual;
- Representante do Ministério do Trabalho e Emprego/SRTE/AL;
- Representante da Associação dos Municípios de Alagoas – AMA;
- Prefeitura Municipal de Maceió;
- Secretários Estaduais: Assistência, Mulher, Saúde, Educação, Trabalho, Turismo.

9h15 – Execução do Hino Nacional
 O Hino será executado pelas crianças e adolescentes do PETI do município de São Miguel dos Campos.

10h30 às 11h30 – Painel: Realidade do Trabalho Infantil no Brasil, no Nordeste e em Alagoas.
Palestrantes: Claudio Soriano - Superintendência da Criança/SEMCDH e Conselho Estadual da Criança/Jose Gomes Silva, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Alagoas – SRTE.
11h30 – Debate

12h30 - Assinatura da carta de compromissos pelo Presidente da Assembléia Legislativa.

13h – Encerramento.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

PREÇO DO PETRÓLEO CAI NOS EUA



O
 Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) para entrega em junho fechou ontem (quarta-feira, 16) em baixa de 1,24%, cotado a US$ 92,81 por barril, o que representa o nível mais baixo em seis meses, arrastado pelas persistentes preocupações sobre a Grécia e o aumento das reservas de petróleo nos Estados Unidos na semana passada a seu nível mais alto em 22 anos.

Ao término do pregão na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos de futuros do WTI caíram US$ 1,17 em relação ao preço de fechamento de terça-feira.

O barril do Texas, que começou maio cotado a US$ 106,16 por barril, prosseguiu nesta quarta-feira sua quase ininterrupta tendência de baixa do mês para atingir o nível mais baixo desde 2 de novembro, quando encerrou o pregão aos US$ 92,51.

O novo retrocesso foi influenciado pelo anúncio de alta das reservas de petróleo nos Estados Unidos, que subiram 2,1 milhões de barris na semana passada e chegou a 381,6 milhões de barris, nível mais alto em 22 anos.

O preço do barril do Brent para entrega em junho fechou nesta quarta-feira em baixa de 0,47% na Bolsa Intercontinental de Futuros de Londres (ICE Futures), cotado a US$ 111,71.

O preço máximo negociado hoje foi de US$ 112,10 por barril, e o mínimo, de US$ 110,41, em um dia marcado pela instabilidade política grega e o aumento das reservas de petróleo nos Estados Unidos.

Segundo anúncio feito ontem pelo Departamento de Energia americano, as reservas de petróleo no país aumentaram em 2,1 milhões de barris na semana passada, para 381,6 milhões de barris, seu nível mais alto em 22 anos.

A maioria dos analistas tinha calculado um aumento na semana de 1,75 milhão de barris. A pasta informou que as reservas de petróleo estão acima da média para esta época do ano e são 3,1% maiores que as de há um ano.

COM INFORMAÇÕES DA EFE, EM NOVA YORK E LONDRES E FOLHA.COM

quarta-feira, 16 de maio de 2012

SECA CASTIGA O NORDESTE BRASILEIRO


A seca castiga o Nordeste brasileiro
Carlos Madeiro - UOL

A
 terra sem verde, os rios sem água e os animais magros ou mortos pelos pastos do sertão denunciam que é época de seca no Nordeste.  Durante uma semana, o UOL passou por cidades do semiárido de quatro Estados: Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe. 

O relato é de um cenário desolador, que começa a ser percebido a pouco mais de 100 km do litoral, quando a paisagem verde vai dando lugar à terra seca e rachada.

A tranquilidade das estradas é quebrada pelo trânsito dos carros-de-boi e caminhões-pipa, que circulam a todo instante transportando água para as comunidades. Mas a fisionomia desiludida do nordestino –em meio a um fenômeno comum na região– aponta que essa não é uma seca como outra qualquer.

Apesar de acostumados com a falta de chuvas em boa parte do ano, os sertanejos relatam, quase de forma unânime, que dessa vez o “castigo” foi maior. Muitos falam que essa é “a pior seca da história”, similar à vivida pelo Nordeste há 42 anos.

Ao todo, segundo dados das defesas civis estaduais, mais de 750 municípios já decretaram situação de emergência por conta da estiagem e mais de 4 milhões de pessoas estariam em áreas diretamente afetadas.

No sertão alagoano, rios como o Traipu e o Ipanema, que sempre ajudam a abastecer comunidades rurais nessa época do ano, estão secos. Na Bahia e em Pernambuco, açudes que costumavam garantir a água para os animais também secaram ou estão prestes a secar. Sem poços ou sistemas de irrigação, a única solução é apelar para os carros-pipa.

“Aqui na região nunca vi uma seca como essa na vida. Já tivemos algumas outras, mas ficar completamente sem água como agora, não ouvi dizer. Só Deus para nos salvar”, afirma José Carlos Nunes, 41, morador de Santa Brígida, no sertão baiano, onde não chove há mais de oito meses.

DADOS OFICIAIS
Somente na Bahia a seca já é considerada pelo governo estadual como a pior dos últimos 47 anos –mais de 200 municípios estão em situação de emergência no Estado.

Imagens captadas pelo satélite Meteosat-9 mostram que boa parte do Nordeste enfrenta a maior seca dos últimos 30 anos. Em imagens produzidas pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é possível ver, por exemplo, que 80% do semiárido da região sofre com a estiagem este ano, o que representa seis vezes o percentual registrado no ano passado.

A diferença gritante entre os cenários pode ser comprovada pelas áreas em vermelho:
Mapas mostram a situação da seca no Nordeste, as áreas em vermelho. A imagem à esquerda (abril de 2011) mostra 15% da região atingida, já a imagem à direita (abril de 2012) mostra 80%

Contudo, segundo o meteorologista e coordenador do Lapis, Humberto Barbosa, a mensuração exata do tamanho da seca no Nordeste não é possível de ser realizada, já que há uma série de fatores e dados que têm de ser levados em conta. Além disso, a estiagem registrada este ano ainda não teve seu ciclo encerrado.

“Os índices de seca mais simples consideram somente variáveis meteorológicas e/ou hidrológicas. Mas os mais sofisticados associam a chuva a parâmetros econômicos, sociais, culturais, ambientais e políticos das regiões atingidas. No National Drought Mitigation Center, nos EUA, por exemplo, a seca é baseada em fatores meteorológicos, hidrológicos, agrícolas e socioeconômicos. Os índices de secas constituem ferramentas essenciais para um diagnóstico mais preciso de sua dimensão nas regiões atingidas, existindo para isso vários modelos de avaliação.”

Barbosa diz que a falta de documentação e de tecnologia impediu a mensuração dos efeitos da seca em décadas passadas. Segundo o meteorologista, o primeiro grande registro de grande seca no Nordeste ocorreu entre 1877-79, mas foi registrada apenas por relatos.

“Segundo os relatos históricos, teriam perecido cerca de 500 mil nordestinos, vitimados pela fome, sede, epidemias, falta de condições sanitárias, ausência de infraestrutura e de intervenção governamental para assistir as populações atingidas”, diz.

SECA DE 1970
Entre os mais velhos, os relatos sempre comparam a seca atual com a enfrentada em 1970. Aquele ano, segundo historiadores, foi considerado o ápice de um ciclo seco que assolou o Nordeste e provocou a retirada de milhares de sertanejos para o Sudeste. A severa estiagem causou a morte de animais e seres humanos, além de ser responsável pela geração subnutrida que surgiu no semiárido.

A partir daquela seca, o problema passou a ter repercussão nacional, e o governo federal criou o Proterra (Programa de Redistribuição de Terra e de Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste) - que teria sido um dos primeiros projetos políticos para tentar ajudar o sertanejo.

“Naquele ano foi uma seca muito grande, mas pensei que nunca mais íamos ter. Depois tivemos algumas secas até grandes, mas que, pelo que eu saiba, não atingiu todos os Estados como essa agora. Tenho parentes em Alagoas, e eles falam a mesma coisa daqui, que nunca viram um sofrimento como esse”, diz José Luiz do Nascimento, 65, morador de Santa Brígida (BA). “Morreram animais demais naquele tempo.”

Apesar da semelhança com 1970, os relatos apontam que a seca de 2012 se apresenta com nuances ainda mais graves. “Em 1970 dava pelo menos relâmpago, meu filho. Nessa não deu nem um”, conta Milton José do Nascimento, 72, morador de Petrolândia (PE).

“Naquela época, a gente tinha mais barreiros, que hoje estão secos. E o problema é que estamos no começo, e se não chover nos próximos meses, vamos ter uma seca ainda pior. E a previsão é que não chova”, diz o pecuarista e secretário de Infraestrutura de Batalha, no sertão alagoano, Abelardo Rodrigues de Melo. No município, a prefeitura contabiliza 149 barreiros secos.

ANIMAIS E PRODUÇÕES ARRASADAS
Sem água, os animais estão passando fome e morrendo, assim como as tradicionais plantações de milho e feijão -que garantem alimentos de subsistência por muitos meses do ano–, que sequer foram feitas.

“Todo ano a gente planta, mas esse ano não choveu nada, não tem como plantar nada. Não lembro a última vez que não plantei. Ano passado cheguei a plantar, mas perdi tudo, porque depois do inverno não choveu nadinha”, relata Pedro Alexandre, 61, morador de Poço Redondo, cidade mais afetada de Sergipe, onde não chove desde setembro. Lá, segundo a Defesa Civil municipal, todas as 141 comunidades rurais estão sendo atingidas.

A chuva esperada por Alexandre e por todos os sertanejos deveria ter caído entre fevereiro e abril, meses que garantem a produção, mas ela não veio -nem em pequena quantidade.

“Estamos com 38 caminhões-pipa abastecendo as comunidades, mas podíamos ter cem que não atenderia à demanda. Temos 70% da população vivendo na zona rural. O abastecimento humano está garantindo, mas o maior problema é o abastecimento animal, que é complicado. O gado está morrendo e não temos água para atender”, afirma o secretário de Agricultura de Poço Redondo, Sílvio de Jesus.