terça-feira, 24 de abril de 2012

SUPREMO JULGARÁ AMANHÃ REGRAS DO PROUNI



O
 Supremo Tribunal Federal (STF) julgará nesta quarta-feira (25), Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) impetrada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen) que questiona os critérios de acesso às bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni).

A alegação da Confenen é que as regras impondo reservas de vagas para alunos que estudaram integralmente em escola pública ou para aqueles que estudaram em escola particular com bolsa integral são inconstitucionais e discriminatórias. A entidade também afirma que as regras do Prouni ferem a “isonomia” e “viola a autonomia universitária e a livre iniciativa” ao estabelecer critério de prioridade na distribuição de recursos disponíveis, além de instituir “sanção indireta às entidades que não aderirem ao Programa".

A ação tem como relator o presidente do STF, Ayres Britto e já tramita na corte desde 2004. Em abril de 2008, o caso chegou ao plenário, mas o julgamento não foi concluído porque o ministro Joaquim Barbosa pediu vistas do processo. A Procuradoria Geral da República (PGR) votou pela improcedência da ação. O relator do caso votou na época ser favorável às regras estabelecidas pelo Prouni e afirmou que “não há outro modo de concretizar o valor constitucional da igualdade senão pelo combate à desigualdade”.

CRITÉRIOS ATUAIS
Podem se candidatar às bolsas integrais pelo programa estudantes com renda familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais são destinadas a candidatos com renda familiar de até três salários mínimos por pessoa. O candidato precisa ter feito Enem e obtido um mínimo de 400 pontos na média das cinco notas do exame e pelo menos nota mínima na redação.

Só podem concorrer pessoas que cursaram todo o ensino médio em escola pública ou, em caso de escola particular, na condição de bolsista integral.

Professores da rede pública de ensino básico que concorrem a bolsas em cursos de licenciatura, curso normal superior ou de pedagogia não precisam cumprir o critério de renda, desde que estejam em efetivo exercício e integrem o quadro permanente da escola na qual atuam.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

REAL É A MOEDA QUE MAIS SE DESVALORIZA NO G-20



H
á sinais de que o governo brasileiro pode, afinal, estar vencendo algumas batalhas importantes na "guerra cambial" anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Desde o fim de fevereiro, quando o governo intensificou a estratégia para desvalorizar o real, a moeda brasileira foi, disparada, a que mais se depreciou não só no G-20, grupo das economias mais importantes do mundo, mas também em relação a outras nações relevantes.

De 28 de fevereiro até a última sexta-feira, o real perdeu 9,5% do valor. A segunda maior queda nesse período foi a da rupia indiana, com 5,79%. Austrália e África do Sul, por sua vez, tiveram desvalorizações de, respectivamente, 3,89% e 3,82%. Chile e Colômbia, de 1,76% e 0,26%.

Mesmo tomando-se períodos um pouco mais longos, o real se destaca pela depreciação a partir de 2011 (com oscilações). Desde o dia 3 de novembro, a moeda brasileira caiu 8,5%, sofrendo também a maior desvalorização naquele grupo de nações do G-20 e outros países relevantes.

Levantamento da gestora de recursos JGP mostra que, enquanto o real se desvalorizou 11% desde o início de 2011 (até a última segunda-feira), um grupo de países exportadores de commodities, como o Brasil, teve uma queda média das suas moedas de apenas 1% no período. O grupo inclui países como Austrália e África do Sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

domingo, 22 de abril de 2012

CEF ANUNCIA REDUÇÃO DE JUROS



A
 Caixa Econômica Federal anunciou na sexta-feira (20), uma nova redução de juros. A medida atinge juros tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.

As justificativas da Caixa são as mesmas do Banco do Brasil, que também anunciou uma nova redução nos juros: a queda na Selic.

Na quarta-feira (18), o Banco Central anunciou a redução de 9,75% para 9% dos juros do governo, piso das taxas, o menor patamar em dois anos.

Também da mesma forma que o Banco do Brasil, as novas taxas passam a vigorar nesta segunda-feira (23).

De acordo com o banco, a redução para pessoas físicas abrange os juros mínimos e máximos para empréstimo consignado para aposentados INSS e as taxas mínimas para financiamento de veículos e crédito pessoal.

Para pessoa jurídica, a redução atinge produtos para micros, pequenas e médias empresas.

A Caixa também lançou um programa de renegociação de dívidas. O banco ainda anunciou ontem que irá aumentar o horário de atendimento ao público entre os dias 23 de abril e 11 de maio para atender a demanda do programa de redução de juros.

VEJA AS NOVAS TAXAS DA
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Pessoa Física
Juros atuais
Juros a partir de 23/abr
Consignado INSS taxa mínima
0,84%
0,75%
Consignado INSS taxa máxima
1,80%
1,77%
Crédito pessoal (CDC salário) taxa mínima
2,39%
1,80%
Financiamento veículos taxa mínima
0,98%
0,89%
Pessoa Jurídica
Juros atuais
Juros a partir 23/abr
Capital de giro (crédito especial empresa pré)*
min. 1,47% e max 2,69%
min 1,37¨% e max 2,05%
Capital de giro (crédito especial empresa pós)*
min 1,39% a max 2,63%
min 1,29% e max 1,99%
Antecipação de recebíveis imobiliários (Construgiro)**
min 1,01% e max 1,50%
min 0,97% e max 1,46%
* com garantia do FGO (Fundo Garantidor de Operações) ** para empresas de construção civil
Fonte: Caixa

sábado, 21 de abril de 2012

BANCO DO BRASIL VOLTA A REDUZIR SUAS TAXAS


Banco anunciou novas reduções nas taxas de juros para pessoas físicas e jurídicas. Os ajustes refletem a alteração da Selic, anunciada pelo Copom.

O
 Banco do Brasil anunciou novas reduções nas taxas de juros para pessoas físicas e jurídicas. Os ajustes refletem a alteração da Selic, anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), além de novas reduções que buscam manter as taxas do Banco do Brasil entre as menores do sistema financeiro.

As novas taxas do BB entram em vigor a partir de segunda-feira, 23, e incluem reduções em linhas de crédito alteradas na última semana.

O Banco do Brasil largou na frente no movimento de redução de juros com o lançamento do BOMPRATODOS, no último dia 12. Além disso, desde julho de 2011, quando começou a trajetória de queda da Selic, as taxas no BB vêm caindo sistematicamente.

CRESCIMENTO NO CRÉDITO
O volume de operações de crédito do BB para pessoas físicas aumentou 45% desde o anúncio da redução das taxas de juros e lançamento dos pacotes BOMPRATODOS, no último dia 12. A média diária de desembolso passou para R$ 276 milhões e totaliza mais de R$ 1,3 bilhão em crédito liberado nos últimos cinco dias.

Além disso, mais de 60 mil clientes já aderiram aos pacotes de serviços BOMPRATODOS, que oferecem taxa de 3% no rotativo do cartão de crédito e outras vantagens no cheque especial, como 10 dias sem juros e parcelamento do saldo devedor, também com taxa de 3%.

As operações com micro e pequenas empresas, desde o lançamento do BOMPRATODOS, somam R$ 2,23 bilhões, considerando as linhas de crédito que fazem parte da estratégia. Somente as operações com recebíveis (vendas com duplicatas e cartões de crédito) totalizam R$ 1,35 bilhão, incremento de 31,7% do volume liberado em relação ao mesmo período de março de 2012.



VEJA ABAIXO ALGUMAS TAXAS REDUZIDAS
PELO BANCO DO BRASIL



Taxas em 18/04 (mínima - % ao mês)Taxas em 23/04 (mínima - % ao mês)
PESSOA FÍSICA

BB Crédito Consignado INSS
0,85
0,79
Financiamento Veículo
0,99
0,95
Cheque Especial PF
1,97
1,38
BB Crédito Automático
3,39
1,99
BB Crédito Parcelamento Cartão*
3,00
2,94
BB Crédito Parcelamento Cheque Especial*
3,00
2,94
Cartão de Crédito PF*
3,00
2,94
PESSOA JURÍDICA

ACL
1,26
1,04
Desconto de Títulos
1,35
1,25
Desconto de Cheques
1,35
1,25
BB Crédito Parcelamento Cartão3,002,94
*Taxas para quem aderir a um dos pacotes de serviços BOMPRATODOS

Assessoria de Imprensa do Banco do Brasil
imprensa@bb.com.br
(61) 3102-3555 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

VOCÊ SABE CONTROLAR OS GASTOS DOS FILHOS?



N
ão é fácil planejar o orçamento de uma casa. E a situação piora quando os filhos se tornam adolescentes, já que, nessa idade, eles costumam ter dificuldades para lidar com limites, especialmente quando se trata de gastos.

Muitas famílias têm se endividado com as despesas dos adolescentes, como vestuário, comunicação e alimentação fora do lar.

Os pais em geral - desde as classes com mais recurso financeiro até aquelas menos abastadas - tendem a se desdobrar para realizar os caprichos dos filhos, e é exatamente isso que a diarista Rosa de Moura, 51, faz com a filha Júlia, 9 anos. Ela conta que sempre compra o que a filha escolhe. “Ela gosta de roupas e sapatos cor de rosa, sempre que eu saio a levo comigo pra escolher, e eu acabo cedendo aos gostos dela”, afirma. “A gente acaba se enrolando um pouquinho com as contas, mas vale a pena fazer o gosto dos filhos”, completa.

Já a cabeleireira Vera Lúcia Luciano, 42, ensinou o filho Douglas Luciano da Silva, 14, a controlar os gastos desde cedo. Ele trabalha como DJ e já não precisa da ajuda dos pais financeiramente. “Só quando ele precisa de alguma coisa e não tem dinheiro suficiente a gente completa, mas isso quase nunca acontece”, conta. A mãe ensinou Douglas a não gastar muito desde pequeno. “Sempre falamos pra ele não acumular contas e não gastar com o que não precisa. Acho que deu certo, porque ele é bem controlado quando o assunto é dinheiro”, disse.

ESTABELECENDO LIMITES
Estabelecer limites para os gastos dos adolescentes não é fácil. Na prática, valem algumas dicas: os pais podem procurar negociar horários do uso de internet junto com os filhos e monitorá-los sempre que possível. E o uso do telefone celular também deve ser limitado. O ideal é que as linhas de telefones celulares sejam pré-pagas.

Caso as regras não sejam respeitadas, o responsável precisa ter uma atitude firme.

A retirada do computador e do celular pode ser uma privação que os faça refletir em cima da falta do cumprimento do que foi estipulado.

Além de controlar o orçamento e estabelecer limites, os pais podem incentivar os adolescentes de 15, 16 e 17 anos a procurarem um emprego e deixar claro que dinheiro não cai do céu.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

NOVO TRATAMENTO CONTRA CÂNCER DE PRÓSTATA DIMINUI RISCO DE IMPOTÊNCIA


Alternativa com ondas sonoras diminui ainda risco de incontinência urinária. Doença é o tipo de câncer mais comum entre homens.

U
m novo tratamento contra o câncer de próstata, que utiliza ondas sonoras de alta frequência, pode ser uma alternativa viável à cirurgia e à radioterapia com menos riscos de causar incontinência urinária e impotência, afirmaram cientistas em artigo publicado na terça-feira (17).

Um teste clínico, financiado pelo Conselho de Pesquisas Médicas britânico examinou a eficácia de um novo tratamento, conhecido como ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU, na sigla em inglês), capaz de alcançar áreas medindo apenas alguns milímetros.

"Os resultados demonstram que 12 meses depois do tratamento, nenhum dos 41 homens do teste tiveram incontinência urinária e apenas um em dez teve ereção fraca, ambos efeitos colaterais comuns do tratamento convencional", relatou um comunicado sobre o estudo, publicado na revista "Lancet Oncology".

"A maioria dos homens (95%) também ficou livre do câncer depois de um ano", acrescentou.

O câncer de próstata é a forma mais comum de câncer em homens. O tratamento convencional consiste em radioterapia ou remoção cirúrgica da próstata, métodos que podem danificar o tecido saudável circundante, provocando em alguns casos disfunção erétil ou incontinência.

O HIFU atinge uma pequena área afetada pelo câncer. As ondas sonoras fazem com que o tecido vibre e esquente, matando as células cancerosas. O procedimento é feito com anestesia geral e a maioria dos pacientes tem alta 24 horas depois, destacou o comunicado.

"Nossos resultados são muito encorajadores", afirmou o doutor Hashim Ahmed, que chefiou o estudo.

"Estamos otimistas de que homens diagnosticados com câncer de próstata possam, em breve, se submeter a um procedimento cirúrgico de um dia, que possa ser repetido com segurança uma ou duas vezes, para tratar seu problema com muito poucos efeitos colaterais. Isto representaria uma melhora significativa em sua qualidade de vida", continuou.

Um teste mais amplo será realizado com a finalidade de determinar se o novo tratamento, já em uso em hospitais por vários anos, é tão eficaz quanto o padrão.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

SOBRAM VAGAS PARA AS PROFISSÕES DE ALTO RISCO



O
 mercado de trabalho está favorável aos profissionais de risco. Apesar de os cargos não exigirem alto nível de escolaridade, a mão de obra disponível não supre a necessidade do mercado. Há muitas vagas para serem preenchidas, especialmente nas áreas de reciclagem de materiais, de transporte de cargas tóxicas e inflamáveis e de trabalho nas alturas com cordas. O aumento da procura pelos produtos reciclados tornou os separadores de materiais profissionais muito concorridos.

Um dos atrativos das profissões de alto risco é a contrapartida econômica. O trabalhador exposto ao perigo recebe um adicional de periculosidade, que acrescenta 30% no seu salário. Aquele que estiver em situação insalubre tem incrementos que variam de 10% a 40% sobre o vencimento. Nos casos de risco de periculosidade e de insalubridade, o trabalhador deve optar apenas por um índice. O salário varia conforme a ocupação. Nos empregos relacionados à reciclagem e à higienização, o inicial pode ultrapassar R$ 3 mil. No caso dos motoristas de cargas perigosas, a média mensal varia entre R$ 1,8 mil e R$ 2,5 mil.

Os tipos de riscos podem ser classificados em: fachada, altura, rapel, áreas de risco e áreas de difícil acesso. Os trabalhos perigosos são regulados por 35 Normas Regulamentadoras. As NRs relativas à segurança e à medicina do trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas, órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Qualquer trabalhador, com formação técnica ou não para desempenhar trabalhos perigosos, precisa passar por treinamento. O processo pode ser ministrado pelo contratante, pelas empresas de seleção ou por escolas especializadas. "Por mais riscos que tenha a função, o profissional vai trabalhar com equipamento de proteção individual ou de proteção coletiva", afirma ele.

A VIDA POR UM FIO
Uma das atividades mais perigosas é a de eletricista de linhas de alta-tensão. Além de encarar grandes alturas, esses profissionais enfrentam o risco de choque. O trabalho exige precisão e não dá espaço para a margem de erro, já que todo o procedimento é realizado sem desligar a rede. Todas as Concessionárias de Energia Elétrica, responsáveis por fornecer energia para milhões de clientes, tem eletricistas para trabalhar com "linha viva", quando a energia não pode ser interrompida.

Mauro Guimarães de Souza, 36 anos, supervisor técnico da Concessionária de Energia do Rio Grande do Sul, eletricista concursado, está na empresa há dez anos. "Quem entra aqui passa por cursos de formação para começar a trabalhar. Depois, de acordo com o serviço para o qual for dirigido, segue fazendo mais especializações. Eu tenho mais de 1,4 mil horas de treinamento e comando equipes que trabalham com linha viva de média tensão (até 22,5 KW)", comenta. O perigo é uma constante e exigem cuidados especiais, entre eles, as condições meteorológicas.

"Não podemos mexer nos fios quando tem vento forte, trovoadas e mau tempo de uma forma geral. Nosso equipamento de proteção individual é quase uma armadura. Usamos luvas de borracha que tiram a mobilidade das mãos. E por cima delas, colocamos outro par feito em couro. A roupa tem um revestimento de cobre, com a finalidade de fazer uma blindagem eletrostática (gaiola de Faraday), na qual a corrente elétrica passa pela roupa e a pessoa não sente a eletricidade", explica Souza.

"Acidentes só acontecem se não forem respeitados os procedimentos de segurança, se deixar de usar algum equipamento, ou, ainda, usar equipamento defeituoso", completa.

terça-feira, 17 de abril de 2012

GOVERNO VAI INVESTIR NA EXPANSÃO DE AEROPORTOS REGIONAIS



O
 Governo brasileiro vai investir parte do Fundo Nacional de Aviação Civil na construção ou expansão de aeroportos regionais para complementar o atendimento à demanda no Brasil pelos grandes aeroportos.

De acordo com o ministro-chefe Wagner Bittencourt, da Secretaria de Aviação Civil, o governo vai lançar o programa com esta finalidade ainda em 2012, com objetivo de concluir o programa até 2014, mas ainda discute de que forma e onde isso será feito.

"O trabalho está adiantado, mas ainda estamos discutindo com as empresas para ver para onde elas querem voar, para onde o governo quer expandir o turismo, analisando o desenvolvimento regional com dados do IBGE e conversando com os Estados", disse Bittencourt, em evento promovido no Rio pela Associação Brasileira de Consultores de Engenharia.

Para o programa de aeroportos regionais o governo vai utilizar os recursos do Fnac, calculado em cerca de R$ 2 bilhões por ano. A ideia é aumentar o número de aeroportos regionais dos atuais 130 para 210, o que elevaria de 80% para 94% o atendimento em território nacional.

Para realizar os investimentos, o governo federal vai firmar convênios com os governos estaduais, como obriga a lei, informou Bittencourt. "Vamos aplicar um volume de investimentos para que os aeroportos regionais sejam capazes de operar com eficiência até 2014", informou.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

BRASIL TERÁ PREJUÍZO DE R$ 44,9 BI COM FERIADOS DE 2012


Estudo da Firjan mostra que perdas com paralisações nacionais e estaduais devem atingir R$ 44,9 bilhões em 2012

S
e em 2011 a economia brasileira conviveu com um número menor de folgas em dias úteis, em 2012 esse cenário será bem diferente, já que muitos feriados ocorrerão nas terças-feiras e quintas-feiras. Mas você sabe quanto custa esses dias de descanso à indústria brasileira?

Um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) apontou que as paralisações, em 2012, podem ocasionar perdas de até R$ 44,9 bilhões. A soma representa um aumento de 21% em relação a 2011.

A economia brasileira deixará de produzir 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial devido ao elevado número de feriados, valor equivalente ao dobro do orçamento do Ministério dos Transportes para este ano. Em 2011, as perdas atingiram 3,8% do PIB.

Os Estados mais industrializados são os de maiores perdas. Em São Paulo, a conta chega a R$ 14,6 bilhões; no Rio de Janeiro, a R$ 5,04 bilhões; e no Rio Grande do Sul, a R$ 2,9 bilhões. As regiões com maior número de feriados estaduais são o Rio de Janeiro e o Acre (três em cada Estado).

Uma saída levantada pelo estudo para reduzir os custos e aumentar a competitividade industrial seria adiantar para as segundas-feiras os feriados que caírem nos demais dias da semana, com exceção da Confraternização Universal (1º de janeiro), Independência (7 de setembro) e Natal (25 de dezembro).

domingo, 15 de abril de 2012

NORDESTE TEM 485 CIDADES EM EMERGÊNCIA POR ESTIAGEM


As áreas em vermelho são as mais afetadas,
e as amarelas são áreas em transição
e que também sofrem com a estiagem.

Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió



O
 número de municípios que decretaram situação de emergência por conta da estiagem que atinge o Nordeste não para de crescer e já é o maior dos últimos cinco anos, segundo levantamento realizado pelo UOL na sexta-feira (13). Pelo menos 458 municípios estão com decretos em vigor, sendo que metade deles já tiveram reconhecimento federal. Mais de 140 decretos foram publicados esta semana. Cerca de 4 milhões de pessoas já estão em áreas atingidas.

De acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, 222 decretos de emergência já haviam sido reconhecidos pelo órgão federal. Fora esses mais de 200 municípios que também decretaram a situação terão a documentação analisada e poderão ser reconhecidos ou não. Ao todo, houve um aumento de 469% em relação ao número de cidades com decretos reconhecidos pelo governo federal, em comparação ao ano passado.

Em 2011, por exemplo, até o dia 5 de abril, o número de municípios com decretos reconhecidos era de apenas 39. Em 2010 --quando o país teve recorde de municípios em situação de emergência-- foram 134 municípios homologados por seca ou estiagem no Nordeste. Segundo o meteorologista e professor da Universidade Federal de Alagoas, Humberto Barbosa, existe uma transição do La Niña (responsável por mais chuvas no sertão) para El Niño, o que explica a maior estiagem neste período de 2012. O professor explicou também que outra parte do problema está nas mudanças climáticas que ocorrem nos oceanos.

"A bacia do Atlântico Sul está neutra, ou seja, mais fria do que a bacia do Atlântico Norte. Em resumo: tem menos umidade na atmosfera do sertão nordestino. E para piorar o Oceano Pacífico está trocando do La Niña pra El Niño, o que também não ajuda o semiárido nordestino. As secas prolongadas no sertão nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico. Esse aquecimento é o chamado El Niño. Nos anos em que esse fenômeno ocorre, o sertão sofre com a intensa seca”, explicou.

Segundo Barbosa, ao contrário do que muitos pensam, a falta de chuvas não atinge toda região Nordeste. “Ela se concentra numa área conhecida como polígono das secas. No sertão e no agreste, o tipo de vegetação que se apresenta é a caatinga, o clima predominante é o semiárido. As áreas em vermelho no mapa representam as áreas de secas sobre esse polígono”, disse Barbosa.

CIDADES ATINGIDAS
Até esta sexta, segundo dados das defesas civis estaduais e municipais, pelo menos 458 cidades estão com decretos de situação de emergência em vigor. O número pode crescer, pois em Estados como Paraíba e Alagoas --que estão sofrendo com a estiagem-- ainda não publicaram decretos coletivos, o que pode ocorrer nas próximas semanas.

O Estado com maior número de cidades atingidas este ano é a Bahia, onde 199 municípios declararam emergência pela estiagem, que já é considerada a mais severa dos últimos 30 anos. Ao todo, 165 municípios já tiveram os decretos reconhecidos pelo governo federal, que liberou R$ 10 milhões para ações emergenciais no Estado. Os demais municípios ainda terão a situação analisada. Ao todo, 2,3 milhões de pessoas estão em áreas atingidas. Por conta da falta de chuva, o Estado vive também recorde de focos de incêndio. Até hoje, foram registrados 882 focos em toda a Bahia, sendo 99 apenas nos primeiros 12 dias de abril.

No Rio Grande do Norte, o governo do Estado decretou, nesta quinta-feira (12), situação de emergência em 139 municípios. O governo informou que os decretos foram publicados após a conclusão de um parecer técnico detalhando a situação agroclimática do Estado, apresentado no último dia 5. Segundo a Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte), as chuvas entre janeiro e março foram consideradas irregulares e de baixo volume. A estimativa é que 500 mil pessoas sejam afetadas.

No Piauí, a situação também é considerada grave. Segundo a Defesa Civil Estadual, 82 municípios já tem decretos de emergência homologados pelo Estado --número pode ser maior, já que nem todos teriam entregue a documentação ao Estado. Nesta sexta-feira, o ministro interino da Integração Nacional, Alexandre Navarro visitou Teresina e anunciou a liberação de R$ 15 milhões para combate aos efeitos da estiagem, sendo R$ 5 milhões liberados de imediato. O governo também anunciou reforço no abastecimento de água por carros-pipa e distribuição de cestas de alimentos para atender as cerca de 550 mil pessoas atingidas.

Em Pernambuco já são 19 municípios. Até a terça-feira (10), 17 municípios já tinham encaminhado decretos à Defesa Civil Estadual. Na quarta-feira, as cidades de Serra Talhada e Flores, ambas no sertão do Estado, também decretaram situação de emergência. Das 19 cidades, seis já tiveram o decreto homologados pela Defesa Civil Nacional, enquanto os demais aguardam análise. Mais de 400 mil pessoas estão em cidades atingidas, entre elas Petrolina.

Em Sergipe, também cresceu o número de cidades atingidas esta semana. Segundo novo balanço da Defesa Civil Estadual, são 17 municípios atingidos, onde mais de 100 mil pessoas moram e estão sendo atingidas.

Na Paraíba, não existem municípios em situação de emergência. Mas a Defesa Civil Estadual informou que as prefeituras estão fechando relatório de problemas que são enfrentados. Segundo as autoridades, o Estado enfrenta problemas sérios. “Temos 70 municípios mais atingidos, que estão nos encaminhado nos próximos dias toda a documentação para decretarmos emergência. A situação não é mais complicada porque temos 77 cidades recebendo carros-pipa do Exército”, informou ao UOL o gerente estadual da Defesa Civil, Walber Rufino.

Alagoas possuiu apenas um município em emergência, Água Branca, decretado em janeiro, e conta com abastecimento de água por meio de carros-pipa. Dos 33 municípios, 18 são os mais afetados pela estiagem e sofrem com o desabastecimento.

No Ceará, apenas um município decretou emergência, esta semana: Madalena. Segundo a Defesa Civil Estadual, outros municípios podem decretar situação nas próximas semanas, já que a falta de chuvas no sertão está causando prejuízos aos agricultores. Já o Maranhão não tem nenhum município atingido pela falta de chuva.